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Estado de Minas

Economia americana salvou Trump de desastre, apontam analistas


postado em 07/11/2018 18:15

Com uma economia sólida de pano de fundo, os republicanos evitaram um desastre nas eleições americanas de meio de mandato nesta terça-feira. Contudo, o programa econômico do presidente Donald Trump será muito limitado devido ao crescimento da oposição democrata.

Com um Congresso dividido a partir do ano que vem, e já atento às eleições presidenciais de 2020, a polarização de Washington tornará quase improvável sancionar grandes leis econômicas, disseram analistas.

Observadores também apontaram que os republicanos teriam sofrido perdas maiores se não fosse porque o desemprego está baixo, os salários estão aumentando e a economia cresce impulsionada por cortes de impostos e estímulos aprovados no Congresso pelos dois partidos.

Apesar da perspectiva de estagnação do Congresso, Wall Street recebeu os resultados com calma.

O próprio presidente Donald Trump disse que democratas e republicanos poderiam chegar a acordos sobre questões de infraestrutura, saúde, comércio e até crescimento econômico.

Alguns analistas, contudo, acham que a margem para acordos não existe. "Acho que os democratas poderiam estar na linha de defesa diante de qualquer outra tentativa de cortes de impostos", disse Nancy Vanden Houten, da Oxford Economics.

"Acho que poderíamos ver um bloqueio em grandes temas, mas há algumas possibilidade de acordos em um modesto pacote de projetos de infraestrutura", disse.

Embora alguns resultados ainda não tivessem saído nesta quarta, espera-se que os democratas ganhem 30 assentos adicionais - garantindo a maioria na Câmara dos Representantes -, uma quantidade inferior, contudo, aos 40 que que os republicanos temiam.

- Evitar falar de economia -

A solidez da economia dos Estados Unidos controlou os danos para os republicanos.

"A economia mantém os republicanos competitivos, apesar de Trump. É uma situação estranha", disse Gary Jacobson, professor de Ciência Política da Universidade Califórnia San Diego.

Os republicanos ficaram no meio do caminho, entre a impopularidade de Trump e a força da economia.

"Normalmente, um presidente com uma economia como a atual teria 10 ou até 20 pontos a mais", disse Jacobson. "É claro que se a economia não estivesse tão bem, teria sido um desastre real", acrescentou.

A maioria dos republicanos evitou falar durante a campanha sobre os cortes de impostos que foram aprovados sem votos democratas e são considerados um presente aos milionários e às empresas.

As chamadas eleições de meio de mandato não costumam ser determinadas por preocupações econômicas. Uma pesquisa de boca de urna da CNN mostrou que para todos os eleitores a economia é sua terceira preocupação - atrás de saúde e imigração, mas antes do controle de armas.

Os candidatos democratas focaram no sistema de saúde. Eles tentaram capitalizar os impopulares e infrutíferos esforços dos republicanos para revogar leis de 2010 que permitem acesso mais amplo e barato ao sistema de saúde.

"A economia está bem demais para falar algo contra. Por isso, falou-se da atenção de saúde", disse à AFP John Aldrich, professor de ciência política da Duke University.

Mas, à medida que os efeitos dos cortes de impostos se enfraquecem, a política comercial de Trump se torna mais dura e o Fed eleva as taxas de juros, a expectativa é de que o crescimento dos EUA desacelere a partir do próximo ano.

Trump agora tem dois bodes expiatórios: a maioria democrata na Câmara dos Representantes e o presidente do Fed, Jerome Powell, a quem ele repetidamente ataca por defender o aumento das taxas de juros.

A analista Vanden Houten, da Oxford Economics, disse que não espera uma recessão quando Trump eventualmente tentar a reeleição em 2020, mas disse que as chances aumentam.

"A economia definitivamente estará mais vulnerável daqui a um ano", disse ele.


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