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Estado de Minas

Democratas arrebatam cadeiras na Câmara e republicanos se defendem no Senado


postado em 07/11/2018 01:06

A oposição democrata obteve nesta terça-feira as primeiras vitórias para a Câmara de Representantes nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, consideradas um referendo sobre o presidente Donald Trump, mas os republicanos parecem consolidar sua posição no Senado.

Os democratas conseguiram arrebatar dos republicanos as duas primeiras cadeiras na Câmara dos Representantes, vencendo nos estados da Virgínia e Flórida, segundo projeções da mídia americana.

A democrata Donna Shalala conquistou a cadeira pela Flórida que foi ocupada durante anos por Ileana Ros-Lehtinen, a primeira cubana-americana eleita para o Congresso.

A republicana María Elvira Salazar, escolhida para substituir Ileana Ros-Lehtinen, não conseguiu manter a cadeira da representante que se aposenta.

Na Virgínia, a democrata Jennifer Wexton batia a republicana Barbara Comstock, que tenta a reeleição, por 57% a 43%, segundo a rede NBC.

Na disputa na Virgínia, Comstock se distanciou do presidente Donald Trump, consciente do descontentamento da população em relação ao presidente, especialmente entre as mulheres.

Já na briga pelo Senado, os republicanos acertaram um duro golpe nos democratas ao arrebatar a cadeira de Joe Donnelly, derrotado por Mike Braun, candidato apoiado pelo presidente Donald Trump, segundo projeções das redes de televisão CNN e NBC.

Donnelly era um dos cinco democratas que defendiam sua cadeira no Senado em circunscrições onde Trump venceu em 2016 e onde a política econômica atual seduz os eleitores.

O senador democrata por Nova Jersey Bob Menéndez foi reeleito, o que representa um alívio para o seu partido, que temia que as acusações de corrupção pudessem beneficiar seu adversário republicano, Bob Hugin.

Bob Menéndez, 64 anos, senador desde 2006, teve sua popularidade abalada após ser julgado por suposta ajuda a um médico em troca de diárias em hotéis de luxo em alguns balneários.

Nestas eleições estão em jogo 435 assentos da Câmara de Representantes, 35 cadeiras do Senado, 36 governos de estados americanos, além de vários cargos locais, como prefeitos, juízes e xerifes.

A votação de meio de mandato é considerada o primeiro teste para o governo Trump, pois se apresenta como um referendo sobre o presidente em um país muito dividido.

Qualquer mudança do eleitorado que conduza a um avanço da oposição pode atrapalhar o programa de governo de Trump. Logo, há muita expectativa nos dez distritos que podem determinar se são os democratas ou os republicanos que ficam com maioria nas câmaras legislativas.

As redes de televisão mostraram longas filas de pessoas esperando para votar. Outro indício do interesse gerado por essas eleições é que pelo menos 38 milhões de votos foram antecipados nos estados que permitem essa modalidade, 40% a mais que nas eleições de meio de mandato de 2014, segundo o especialista Michael McDonald, da Universidade da Flórida.

Os números de participação não são centralizados por uma única autoridade eleitoral, mas no Texas, em Nova York e em Maryland os eleitores ou apuradores entrevistados pela AFP pareciam surpresos com o fluxo elevado.

O nome de Trump não aparece nas cédulas de votação, mas há semanas ele tem reiterado que essa eleição se trata de um referendo sobre a sua presidência, que até agora conta com a maioria republicana nas duas Câmaras.

"O tema central das eleições é Trump, Trump, Trump", resumiu Cliff Young, do Instituto Ipsos dos Estados Unidos.

- Democratas confiantes -

"Me sinto confiante de que vamos vencer", disse Nancy Pelosi, líder da minoria democrata na Câmara de Representantes.

No Senado, os republicanos contam com uma apertada maioria, de 51 a 49, e, segundo as previsões, vão manter seu domínio, já que os democratas precisam defender 26 cadeiras que já têm, e os republicanos, somente nove.

Consciente dos riscos, Trump organizou comícios até o último momento da campanha.

James Gerlock, de 27 anos, votou pelos republicanos em Chicago - satisfeito com o crescimento econômico e a queda do desemprego.

"Eu adoro a desregulamentação, e a única coisa que quero é tudo continue a se mover assim", disse.

Para os democratas, esta é uma oportunidade de frear o poder de um presidente que acusam de provocações racistas e de atiçar as divisões na sociedade para ganhar votos.

Alguns dos estudantes de Parkland, na Flórida, que depois de um ataque a tiros que deixou 17 mortos lançaram o movimento "Marcha por nossas vidas", participaram de uma campanha por telefone a favor de candidatos que endureçam a legislação sobre armas.

"Acho que apesar do que possa acontecer, estaremos orgulhosos da forma como criamos uma mudança positiva", disse à AFP Lauren Hogg, um sobrevivente de 15 anos.

- 'Invasão' de migrantes -

A campanha foi marcada por violentos acontecimentos: o envio de pacotes com explosivos a importantes líderes opositores e o massacre em uma sinagoga em Pittsburgh, onde 11 pessoas morreram.

Para consternação de muitos de seus correligionários republicanos, na última semana Trump - em vez de destacar suas conquistas - preferiu se concentrar em um duro discurso - que alguns classificam de racista - no qual denunciou a imigração ilegal como uma "invasão".

Dias antes da votação, Trump enviou mais de 4.800 efetivos à fronteira com o México e sugeriu que caso os migrantes centro-americanos que marchavam em caravanas para os Estados Unidos atirassem pedras nos agentes, eles poderiam responder com tiros. Depois o presidente se retratou.

- Ocasio-Cortez recorda Porto Rico -

Essas eleições também marcam a estreia de novos rostos que chegaram como grandes promessas no cenário político.

Uma delas é a nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez, que depois de se impor surpreendentemente nas primárias democratas em setembro no distrito do Bronx e do Queens, agora se encaminha para tornar-se a mulher mais jovem a ser eleita para a Câmara.

Quando ela derrotou o veterano Joe Crowley, a jovem de origem porto-riquenha deixou todos boquiabertos. Agora esta latina, que se define como socialista, se transformou no símbolo de uma onda de mulheres democratas pertencentes a minorias que estão revolucionando a elite do partido.

"Não posso deixar de refletir sobre isto no dia das eleições enquanto a minha família em Porto Rico vê que estou me candidatando ao Congresso. Eles continuam sem direito de votar nas eleições federais, apesar de estarem sujeitos aos legisladores federais", publicou a candidata no Twitter.


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