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Estado de Minas

Advogado paquistanês de Asia Bibi diz que quer ficar na Holanda


postado em 06/11/2018 21:13

O advogado da cristã paquistanesa Asia Bibi, condenada à morta por blasfêmia antes de ser absolvida em 31 de outubro, disse nesta terça-feira (6) que quer ficar na Holanda, onde afirmou ter chegado obrigado pela ONU e pela União Europeia. O organismo internacional desmentiu essa versão.

Saiful Mulook disse que quer que a Holanda lhe ofereça asilo. O advogado paquistanês solicitou a ajuda das autoridades holandesas nesta terça-feira, em um comparecimento ante a Câmara baixa a convite de membros do partido cristão ChristenUnie.

No entanto, o advogado se negou a ele mesmo pedir asilo e indicou que estava à espera de que a Holanda o convidasse para aceitar asilo.

"Se a Holanda, como país que defende os direitos humanos, não me ajudar e não me receber, prefiro voltar ao Paquistão para ser assassinado", disse Saiful Mulook, segundo a imprensa local.

O advogado havia afirmado na segunda-feira em entrevista coletiva em Haia que teve que deixar o Paquistão obrigado por ONU e UE, que temiam por sua segurança depois que a histórica absolvição da Asia Bibi pela Suprema Corte provocou grandes manifestações dos extremistas muçulmanos. A ONU negou nesta terça ter forçado Malook a deixar seu país.

"A ONU no Paquistão auxiliou Malook em um pedido seu e não o forçou a abandonar o país contra a sua vontade, pois a ONU não pode obrigar ninguém a deixar o Paquistão contra a sua vontade", declarou Eri Kaneko, porta-voz das Nações Unidas.

Saiful Malook abandonou seu país no sábado rumo à Holanda depois de manifestações islamitas que paralisaram o Paquistão durante três dias, logo após a absolvição pela Suprema Corte. Asia Bibi, de 50 anos, foi condenada em 2010 à pena de morte pelo crime de blasfêmia, depois de discutir com duas mulheres muçulmanas que não quiseram dividir um copo d'água com ela.

Na segunda-feira Malook sustentou que responsáveis da ONU e embaixadores da União Europeia em Islamabad o protegeram durante três dias. "Depois me colocaram em um avião contra a minha vontade", indicou.

"Disse a eles que não abandonaria o país enquanto Asia não tivesse saído da prisão", insistiu. "Não estou feliz de estar aqui sem ela, mas todo mundo me disse que eu era o alvo principal e que o mundo inteiro estava preocupado com Asia Bibi", continuou o advogado.

Enquanto isso, o destino de Asia Bibi permanece incerto depois da apresentação de um recurso contra a sua absolvição. O governo paquistanês e os partidos muçulmanos extremistas chegaram a um acordo para deter a onda de manifestações contra a decisão judicial.

No sábado, antes de embarcar, Mulook havia assegurado à AFP que deixou seu país porque temia por sua vida: "na situação atual, não é possível continuar vivendo no Paquistão".


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