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Estado de Minas

Americanos votam em eleições de meio de mandato, um referendo para Trump


postado em 06/11/2018 18:49

Muitos americanos votaram nesta terça-feira (6) em uma eleição de meio de mandato, o primeiro teste da polêmica Presidência de Donald Trump, que corre o risco de perder a maioria no Congresso.

Qualquer mudança do eleitorado que conduza a um avanço da oposição pode atrapalhar o programa de governo de Trump. Logo, há muita expectativa nos dez distritos que podem determinar se são os democratas ou os republicanos que ficam com maioria nas câmaras legislativas.

As redes de televisão mostraram longas filas de pessoas esperando para votar em alguns centros de votação. Outro um indício do interesse gerado por essas eleições é que pelo menos 38 milhões de votos foram antecipados nos estados que permitem essa modalidade, 40% a mais que nas eleições de meio de mandato de 2014, segundo o especialista Michael McDonald, da Universidade da Flórida.

Os números de participação não são centralizados por uma única autoridade eleitoral, mas no Texas, em Nova York e em Maryland os eleitores ou apuradores entrevistados pela AFP pareciam surpresos com o fluxo elevado.

O nome de Trump não aparece nas cédulas de votação, mas há semanas ele tem reiterado que essa eleição se trata de um referendo sobre a sua presidência.

Nessas eleições estão em jogo 435 assentos da Câmara de Representantes, 35 cadeiras do Senado, 36 governos de estados americanos, além de vários cargos locais, como prefeitos, juízes e xerifes.

Diante do risco de que um avanço dos democratas no Congresso atrapalhe seu programa de governo, Trump empreendeu neste final de campanha uma maratona por três estados, que terminou com um encontro em Cape Girardeau, no Missouri, onde ele afirmou que "a agenda republicana é o sonho americano".

"Quero enviar uma mensagem para dizer que eu não concordo com o caminho escolhido pelo presidente", declarou em Chicago Rory Mabin, uma democrata de 34 anos.

Já James Gerlock, de 27 anos, votou pelos republicanos em Chicago - satisfeito com o crescimento econômico e a queda do desemprego.

"Eu adoro a desregulamentação, e a única coisa que quero é tudo continue a se mover assim", disse.

- Pesquisas favoráveis aos democratas -

Para os democratas, esta é uma oportunidade de frear o poder de um presidente que acusam de provocações racistas e de atiçar as divisões na sociedade para ganhar votos.

Há quase dois anos no governo desde a sua surpreendente vitória em 2016, o caótico e imprevisível Trump tem contado com as duas câmaras, mas nesta eleição de meio mandato o equilíbrio de poderes no Congresso pode mudar.

Mas isso pode mudar se as previsões se realizarem e os democratas ficarem com o controle da Câmara dos Deputados, enquanto os republicanos devem manter a maioria no Senado.

Por dois anos "as pessoas se manifestaram, se mobilizaram, mas esta é sua primeira oportunidade de se expressar", disse Diane Vogel, eleitora democrata que votou em Arlington, perto de Washington.

- 'Invasão' de migrantes -

A campanha foi marcada por violentos acontecimentos: o envio de pacotes com explosivos a importantes líderes opositores e o massacre em uma sinagoga em Pittsburgh, onde 11 pessoas morreram.

Para consternação de muitos de seus correligionários republicanos, na última semana Trump - em vez de destacar suas conquistas - preferiu se concentrar em um duro discurso - que alguns classificam de racista - no qual denunciou a imigração ilegal como uma "invasão".

Dias antes da votação, Trump enviou mais de 4.800 efetivos à fronteira com o México e sugeriu que caso os migrantes centro-americanos que marchavam em caravanas para os Estados Unidos atirassem pedras nos agentes, eles poderiam responder com tiros. Depois o presidente se retratou.

Em meio à expectativa, as agências de inteligência e segurança emitiram um alerta diante da ameaça de ingerências externas, assegurando que até agora não havia nenhum indício de que a infraestrutura eleitoral tenha sido comprometida.

- Como o eleitorado latino se comporta? -

Essas eleições também marcam a estreia de novos rostos que chegaram como grandes promessas no cenário político.

Uma delas é a nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez, que depois de se impor surpreendentemente nas primárias democratas em setembro no distrito do Bronx e do Queens, agora se encaminha para tornar-se a mulher mais jovem a ser eleita para a Câmara de Representantes.

Quando ela derrotou o veterano Joe Crowley, a jovem de origem porto-riquenha deixou todos boquiabertos. Agora esta latina, que se define como socialista, se transformou no símbolo de uma onda de mulheres democratas pertencentes a minorias que estão revolucionando a elite do partido.

Nessas eleições, a comunidade latina, que constitui a maior minoria do país, com 59 milhões de pessoas, poderá bater recordes de representação.

A dúvida é como esse voto, de cerca de 29 milhões de pessoas, se comporta diante da retórica contra a imigração de Trump. Nas eleições de 2016, ele foi apoiado por 30% do eleitorado latino.


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