Jornal Estado de Minas

Coreia do Norte ameaça retomar programa de armamento nuclear

A Coreia do Norte alertou os Estados Unidos de que estuda "seriamente" retomar seu programa de desenvolvimento de armas nucleares, se as sanções econômicas não forem levantadas.

Durante anos, Pyongyang conduziu uma política conhecida como "byungjin", que consistia no "desenvolvimento simultâneo" de suas capacidades nucleares e de sua economia.

O presidente norte-coreano Kim Jong Un anunciou em abril que tinha abandonado o desenvolvimento de armas nucleares e que seu governo passaria a se concentrar na "construção de uma economia socialista", em razão do "novo clima de distensão e paz" na península.

No entanto, o ministério das Relações Exteriores norte-coreano afirmou que o país pode retomar a política do "byungjin" se os Estados Unidos não mudarem sua posição sobre as sanções econômicas.

"A palavra byungjin poderia voltar a aparecer e uma mudança de política é seriamente contemplada", alerta um comunicado divulgado pela agência estatal KCNA.

Na cúpula histórica em Singapura, Kim Jong Un e o presidente americano Donald Trump concordaram sobre a desnuclearização da Coreia do Norte. Mas desde então as negociações praticamente não avançaram.

Washington se recusa a reduzir as sanções até que ocorra uma "desnuclearização final e totalmente comprovada".

Por sua vez, Pyongyang condena os "métodos de gângster" dos americanos e os acusa de exigir seu desarmamento unilateral, sem fazer quaisquer concessões.

"A melhora nas relações e as sanções são incompatíveis", aponta o comunicado assinado pelo diretor do Instituto de Estudos Americanos do Ministério norte-coreano das Relações Exteriores.

Neste texto, as autoridades norte-coreanas lembram que esperam "a resposta correspondente dos Estados Unidos".

A Coreia do Norte, alvo de várias sanções da ONU e de Washington por causa de seus programas nuclear e balístico, parece cada vez mais impaciente com os Estados Unidos.

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