O governo do Iêmen afirmou nesta quinta-feira que está disposto a retomar as negociações de paz com os rebeldes huthis, neste país assolado pela guerra e onde mais de sete milhões de crianças estão sob risco de fome severa.
"A República do Iêmen celebra os esforços para se restabelecer a paz", revelou o governo em um comunicado publicado pela agência Saba, no momento em que as Nações Unidas convocam os beligerantes a se sentar na mesa de negociações em um mês.
O governo do Iêmen, cuja sede está em Aden (sul), declarou estar "disposto a abrir imediatamente negociações sobre o processo destinado a construir a confiança, principalmente com a libertação de todos os detidos e prisioneiros, assim como os que foram sequestrados ou submetidos a desaparecimento forçado".
Estas declarações ocorrem quando os Estados Unidos pedem o fim imediato das hostilidades no Iêmen, onde uma coalizão regional liderada pela Arábia Saudita combate desde 2015 ao lado do governo os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã.
A guerra no Iêmen afeta especialmente as crianças, que representam "mais da metade" dos 14 milhões de iemenitas que sofrem com a falta de alimentos, disse na quarta-feira à AFP Geert Cappelaere, diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Atualmente, "1,8 milhão de crianças com menos de cinco anos sofrem com desnutrição aguda e 400 mil, de desnutrição extremamente aguda".
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o conflito no Iêmen já causou cerca de 10 mil mortos e provoca a "pior crise humanitária" do planeta.