O presidente eleito de Brasil, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta quinta-feira sua promessa de campanha de transferir a embaixada de seu país em Israel de Tel Aviv a Jerusalém, na esteira da decisão dos Estados Unidos.
"Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos", tuitou Bolsonaro.
Em uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira em sua residência do Rio de Janeiro, Bolsonaro disse: "Respeitamos o povo de Israel o povo árabe. Não queremos criar problemas com ninguém. Queremos comercializar com todo mundo, buscar vias pacíficas de resolver problemas".
Interrogado sobre o tema em uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal israelense Israel Hayom, Bolsonaro respondeu: "Quando me perguntavam, durante a campanha, se faria isso quando fosse presidente, eu respondia 'Sim, são vocês que decidem qual é a capital de Israel, não as outras nações'".
Especialistas afirmam que a concretização dessa promessa poderá provocar represálias comerciais de países árabes, que são mercados importantes para as carnes brasileiras.
Israel considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital, enquanto os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de seu futuro Estado.
Para a comunidade internacional, o status da Cidade Santa tem que ser negociado entre as duas partes, e as embaixadas não devem ficar em Jerusalém enquanto não se chegue a um acordo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu em dezembro de 2017 com décadas de diplomacia ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Desde então, o presidente palestino, Mahmud Abbas, pôs fim a todas as relações com o governo Trump.
Depois dos Estados Unidos, Guatemala e Paraguai também transferiram suas embaixadas, embora o governo paraguaio tenha voltado atrás nas últimas semanas, retornando sua missão diplomática para Tel Aviv.
O Brasil reconheceu em 2010, sob a presidência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Estado Palestino nas fronteiras de 1967, antes da ocupação posterior anexação de Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.