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Estado de Minas

Washington tenta acalmar crise entre Ancara e curdos na Síria


postado em 01/11/2018 17:36

Turquia e Estados Unidos iniciaram nesta quinta-feira (1) patrulhas conjuntas às portas de Manbij, no norte da Síria, enquanto Washington trabalha por uma distensão entre Ancara e uma milícia curda síria aliada-chave dos americanos na luta contra os extremistas.

Os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, e americano, Donald Trump, conversaram nesta quinta por telefone sobre a Síria, indicou a Presidência turca, pouco após o anúncio das patrulhas em Manbij.

Nos últimos dias, a Turquia bombardeou posições da milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG) situadas na Síria perto da fronteira, e ameaçou com uma nova ofensiva.

A milícia das YPG, parte da aliança curdo-árabe Forças Democráticas Sírias (FDS), é um sócio importante de Washington na Síria na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI). Mas a Turquia também é um estratégico aliado dos Estados Unidos na Otan.

Como resposta ao bombardeio de Ancara, as FDS anunciaram a suspensão temporária de uma ofensiva contra o EI no leste da Síria.

Os Estados Unidos iniciam nesta quinta com Ancara as patrulhas conjuntas na cidade síria de Manbij, onde estão mobilizadas tropas americanas e francesas, no que parece um sinal de Washington para acalmar a Turquia.

Embora as YPG tenham assegurado que abandonaram essa cidade reconquistada em 2016, recentemente a Turquia se queixou da presença contínua dos membros da milícia curda, ameaçando lançar uma ofensiva.

"A patrulha conjunta entre as Forças Armadas turca e americana começou hoje às 15h53 (09h53 de Brasília)", declarou o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, citado pela agência estatal Anadolu.

A patrulha avança perto do rio Sajur, localizado entre Manjib e Jarabulus, cidade controlada pelos rebeldes respaldados por Ancara, segundo a Anadolu.

- 'Distensão' -

A Turquia e os Estados Unidos dirigem há vários meses patrulhas separadas, mas "coordenadas" em Manbij, no âmbito de uma decisão acerta em junho a fim de acalmar as tensões.

Para o especialista em Síria Nicholas Heras, essas patrulhas ajudariam Washington a neutralizar qualquer iniciativa do presidente turco no norte e nordeste da Síria contra as FDS.

"O entorno de Trump espera que o sucesso das patrulhas em Manbij impeça que Erdogan atue nos setores controlados pelas FDS", considera o pesquisador do Centro para uma Nova Segurança Americana.

A minoria curda, oprimida há décadas pelo poder de Damasco, aproveitou o conflito que assola a Síria desde 2011 para incitar a autonomia de fato nessas áreas.

Mas Ancara teme que o estabelecimento de uma entidade curda em sua fronteira estimule as pretensões separatistas em seu território.

"Estamos em contato com a Turquia e as FDS para uma distensão da situação", indicou no Twitter o coronel Sean Ryan, porta-voz da coalizão anti-extremista na Síria, nesta quinta-feira.

O porta-voz das FDS, Kino Gabriel, explicou nesta quinta à AFP que, apesar da suspensão da ofensiva contra o EI no leste da Síria, em coordenação com a coalizão internacional, "as forças ainda estão posicionadas" no setor.

Nesta quinta-feira, pelo segundo dia consecutivo, ocorreram manifestações contra os bombardeios turcos no norte da Síria, constatou um correspondente da AFP.

"Queremos que o mundo nos ouça para impedir os ataques turcos contra o povo curdo", afirmou Ali Saudi, de 50 anos, na localidade de Al-Qahtaniyé (nordeste).

"É a sua vingança contra as conquistas realizadas pelos curdos" na Síria, lamenta.


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