Jornal Estado de Minas

Arqueólogos descobrem enterros humanos de 3.000 anos em Cusco

Duas ossadas de 3.000 anos de antiguidade dos primeiros enterros humanos no vale de Cusco foram descobertas por arqueólogos peruanos, informou nesta quarta-feira (24) o Ministério da Cultura.

As descobertas foram feitas na região arqueológica de Marcavalle, no vale de Cusco, que foi capital do império inca, que se desenvolveu nos séculos XV e XVI, no sudeste do Peru.

"O primeiro enterro é de uma pessoa menor de 20 anos, que foi rodeada por uma estrutura de pedras e cuja ossada foi achada flexionada, com modificações cefálicas", explicou a arqueóloga Luz Marina Monrroy, chefe das pesquisas, citada em um comunicado.

O segundo corresponde à ossada completa de uma pessoa jovem, encontrada em posição estendida lateral, a poucos metros do primeiro enterro.

"Estas descobertas correspondem à época formativa, isto é, aproximadamente 1.000 anos antes de Cristo, o que confirma que Marcavalle contém os primeiros enterros humanos registrados no vale de Cusco, sendo seu primeiro assentamento", afirmou a arqueóloga.

Perto de Cusco fica a cidadela inca de Machu Picchu, o principal centro turístico do Peru, a 2.430 metros de altitude, na cordilheira oriental.

Os especialistas também encontraram enterros de camelídeos sul-americanos, que se trataria de uma oferenda em poço circular, a mais antiga de Cusco.

Monrroy disse que foram encontradas evidências do que seria um ateliê lítico, caracterizado por artefatos de pedra e moagem em processo de trabalho, segmentos de arquitetura compostos por recintos, muros de pedra e restos de uma plataforma elevada, que são da mesma época.

Além disso, foram encontrados fragmentos de cerâmica decorada, pintada e com incisões que mostram rostos humanos, aplicações em asas de vasilhas, instrumentos em osso, restos carbonizados de produtos agrícolas, pilões de pedra e peças metálicas de uso doméstico.

Há um ano, cientistas descobriram em Marcavalle um muro de sete metros de diâmetro, que teria servido de moradia e para rituais dos primeiros habitantes que ocuparam o vale de Cusco, segundo Monrroy.

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