O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que a morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita de Istambul foi um dos "piores acobertamentos da história".
"Eles tiveram uma péssima ideia, para começar. Foi mal executada e o acobertamento foi um dos piores da história", declarou Trump do Salão Oval da Casa Branca.
"Assunto ruim. Isto jamais deveria ter sido concebido. Alguém fez besteira e ainda por cima tinham o pior acobertamento da história", afirmou. "Quem quer que tenha tido esta ideia, acho que está metido em grandes problemas", acrescentou.
- "Assasinato selvagem" -
Nesta terça, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu que fará "tudo o que for possível para esclarecer" o assassinato do jornalista, em um momento em que se mantém a pressão internacional sobre Riad.
Erdogan teve um discurso duro e afirmou que Khashoggi foi vítima de um "assassinato selvagem".
Ao ser perguntado sobre o tom de Erdogan, Trump respondeu: "Eu diria que foi bastante duro com a Arábia Saudita".
"Primeiro quero ver os fatos", disse o presidente americano, destacando que Riad tem sido um "excelente aliado" dos Estados Unidos há décadas e reiterando que é um dos maiores investidores no país.
Khashoggi, de 59 anos, um conhecido crítico do reino de Riad, entrou na missão diplomática saudita em Istambul em 2 de outubro e jamais abandonou o prédio.
"O mundo está observando. O povo americano quer respostas e exigiremos que essas respostas cheguem", disse o vice-presidente Mike Pence em um evento realizado no jornal The Washington Post, onde Khashoggi era colunista.
- Revisão de vistos -
Os Estados Unidos anunciaram também nesta terça que irão revogar vistos dos sauditas que estejam envolvidos na morte de Jamal Khashoggi no consulado em Istambul.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse à imprensa que Washington "identificou ao menos alguns dos indivíduos" envolvidos no assassinato.
"Vamos tomar as ações que correspondem, incluindo a revogação dos vistos, a colocação nas listas de vigilância e outras medidas", indicou o secretário.
"Estas sanções não serão a última palavra dos Estados Unidos neste tema. Vamos continuar explorando medidas adicionais", disse o secretário.
"Nós vamos deixar muito claro que os Estados Unidos não toleram este tipo de ações para silenciar o senhor Khashoggi, um jornalista, mediante a violência", acrescentou o diplomata americano.