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Estado de Minas

Trump diz que está pronto para reforçar seu arsenal nuclear


postado em 23/10/2018 02:05

O presidente Donald Trump declarou nesta segunda-feira que os Estados Unidos estão prontos para reforçar seu arsenal nuclear, após anunciar que seu país abandonou o tratado nuclear firmado durante a Guerra Fria.

Trump disse a jornalistas em Washington que a Rússia "não aderiu ao espírito deste acordo ou ao acordo em si mesmo".

"Até que as pessoas recuperem o sentido comum, nós o reconstruiremos", declarou o presidente sobre o arsenal nuclear americano. "Isto deveria ter sido feito há anos".

"É uma ameaça para todos, e isto inclui a China, isto inclui a Rússia, isto inclui qualquer um que queira jogar este jogo...".

O conselheiro da Casa Branca para a Segurança Nacional, John Bolton, se reuniu nesta segunda-feira em Moscou com o chanceler russo, Serguei Lavrov, depois que Washington anunciou a intenção de abandonar um tratado sobre armas nucleares de médio alcance.

Trump comunicou no sábado sua decisão em relação ao tratado de armas nucleares de médio alcance INF (Intermediate Nuclear Forces Treaty).

Bolton abordou a questão do tratado com Lavrov e passou "cerca de cinco horas" com Nikolái Patrushev, o chefe do Conselho Russo de Segurança Nacional, revelou um porta-voz do Conselho.

As autoridades russas insistiram que Moscou não viola o tratado, explicou Bolton após o encontro.

"A Rússia comunicou de forma muito firme que não achava estar violando o tratado INF", disse Bolton em uma entrevista para o jornal russo Kommersant. "De fato, disseram: são vocês que violam o tratado".

Você não pode se forçar a obedecer a alguém que acha que não é sua culpa ", acrescentou, afirmando que o tratado foi passado.

"A retirada do tratado não é a causa do problema, o problema é o fato de a Rússia não respeitar o tratado", assegurou. Os Estados Unidos não querem ser o único país a respeitá-lo, disse, mencionando "uma ameaça muito real" por parte da China.

Bolton e Lavrov também falaram da possibilidade de prolongar por cinco anos o tratado New Start sobre os mísseis estratégicos, que expira em 2021, segundo o Conselho de Segurança russo. O conselheiro da Casa Branca declarou a Kommersant que Washington queria "resolver primeiro o problema do INF".

Segundo o ministério russo de Relações Exteriores, Bolton e Lavrov abordaram também a cooperação bilateral, a luta contra o terrorismo e a "forma de manter a estabilidade estratégica".

Bolton também se reunirá nesta terça-feira com o presidente Vladimir Putin, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Embora o anúncio dos Estados Unidos levante temores sobre o retorno da proliferação nuclear, Peskov afirmou nesta segunda-feira que a Rússia "nunca atacará ninguém primeiro".

Bolton é conhecido por suas duras posições em política externa. No passado, ele defendeu a queda do regime iraniano e foi um dos que mais fomentaram a "saída do acordo iraniano" assinado em 2015 por várias potencias com Teerã para evitar que desenvolverá a arma nuclear.

Nomeado em março de 2018, Bolton nunca escondeu sua convicção de que Washington deve atacar militarmente a Coreia do Norte em vez de negociar com o regime, também defende sanções mais amplas contra a Rússia, acusada por Washington de tentar perturbar o processo eleitoral americano.

- "Crucial para a segurança mundial" -

Segundo o jornal britânico The Guardian, foi John Bolton que pressionou o presidente americano para a saída do INF. Ele também estaria bloqueando as negociações para uma ampliação do tratado New Start.

O tratado INF foi assinado em 1987, ao final da Guerra Fria, pelo último líder da União Soviética, Mikhaïl Gorbatchev, e o presidente americano da época, Ronald Reagan.

O governo de Trump se queixa da implantação por parte de Moscou do sistema de mísseis 9M729, cujo alcance, segundo os Estados Unidos, supera os 500 km, violando assim o texto do INF.

O tratado INF, que suprime o uso de toda uma série de mísseis com alcance entre 500 e 5.000 km, encerrou uma crise iniciada nos anos 1980 pela instalação dos SS-20 soviéticos com ogivas nucleares na Europa oriental, e mísseis americanos Pershing na Europa ocidental.

Alguns observadores afirmam que a medida americana pode estar sendo motivada por uma suposta ameaça chinesa. Pequim não faz parte do acordo INF, e por isso pode desenvolver sem barreiras armas nucleares de alcance intermediário.

As reações internacionais foram unânimes na hora de pedir para os Estados Unidos não abandonarem o tratado INF. A União Europeia considerou nesta segunda-feira que Washington e Moscou "devem prosseguir com um diálogo construtivo para preservar o tratado", que classificou de "crucial para a UE e a segurança mundial".

Pequim, por sua vez, afirmou que Washington deveria "pensar duas vezes" antes de decidir sobre a retirada.


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