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Estado de Minas

Trump ameaça fechar fronteira com o México por caravana de migrantes


postado em 18/10/2018 17:35

O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira (18) fechar a fronteira com o México para impedir a passagem de uma marcha de migrantes hondurenhos que querem entrar nos Estados Unidos, relançando um de seus temas de campanha prediletos a três semanas das eleições legislativas.

"Devo, nos termos mais firmes, pedir ao México que detenha este avanço e se não conseguir fazê-lo, chamarei os militares e FECHAREI NOSSA FRONTEIRA SUL!", tuitou o presidente.

A ameaça ocorre a menos de três semanas das eleições legislativas, nas quais os republicanos correm o risco de perder a maioria no Congresso.

A caravana partiu no sábado de San Pedro Sula, no norte de Honduras.

"Estamos sempre na luta. A missão é entrar nos Estados Unidos. Vamos ver o que Deus nos diz", declarou à AFP Yarelin Pineda, de 27 anos.

O presidente americano retomou um de seus principais lemas nas eleições de 2016, que o levaram à Casa Branca.

Trump advertiu que enviaria militares para a fronteira com o México, mas não estava claro como estes efetivos poderiam ser mobilizados. Em abril, o presidente anunciou planos de mandar milhares de efetivos da Guarda Nacional para a fronteira, mas esta medida é competência dos governadores de casa estado, não do presidente.

"É uma declaração política. Para fechar a fronteira é preciso declarar um estado de emergência ou uma resolução do Congresso. Isto não é algo que se faça do dia para a noite", explicou à AFP Manuel Orozco, diretor do programa de Migração do 'think tank' The Dialogue em Washington.

Na terça-feira, Trump tinha ameaçado pôr fim à ajuda que Washington dá a estes três países se a marcha não for contida.

- "Vamos ver se o coração deles amolece" -

Os migrantes hondurenhos avançavam nesta quinta-feira pela Guatemala rumo ao México, com a meta de chegar aos Estados Unidos.

Após pernoitarem na Casa do Migrante da Igreja Católica, na capital guatemalteca, os hondurenhos tinham previsto seguir a pé ou com ajuda de motoristas solidários os 250 km que separam a Cidade da Guatemala de Tecún Uman, localidade fronteiriça com o estado mexicano de Chiapas.

No entanto, a travessia ficou difícil, especialmente para as dezenas de crianças, pois a chuva não deu trégua nestes últimos dias na região.

Muitos levavam bandeiras de Honduras e outros empurravam carrinhos com seus filhos pequenos dentro.

Yarelin Pineda, mãe solteira com a filha de 3 anos nos braços, originária de Tegucigalpa, disse que deixou seu país por falta de emprego e moradia.

"A ideia agora é ver até onde podemos chegar hoje", resumiu José Medina, de 27 anos, apoiado em muletas, após machucar o pé ao pular de um ônibus antes de chegar à Cidade da Guatemala.

Medina era pedreiro na cidade de El Progreso e deixou esposa e três filhos em Honduras.

"Vamos fazer a tentativa (de entrar nos Estados Unidos), vamos ver se o coração deles amolece e nos deixam entrar", acrescentou.

- "Um cálculo político" -

Este drama humano ocorre enquanto o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chega ao Panamá. Na sexta-feira, ele seguirá para o México.

O chanceler do futuro governo do México, Marcelo Ebrard, disse à Rádio Centro que a posição de Trump não o surpreendia e que "era previsível", pois "o processo eleitoral está muito próximo, então ele está fazendo um cálculo político".

A embaixada do México na Guatemala informou que seu governo é respeitoso com os "direitos humanos dos migrantes", mas que toda pessoa que quiser entrar deve ter "os documentos de viagem", e aqueles que quiserem entrar de forma irregular serão devolvidos "ao seu país de origem".

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), por sua vez, fez um apelo para que "se protejam os direitos de todas as pessoas migrantes".

Muitos migrantes tentarão pedir asilo no México.

"Cada caso é independente quando se trata de pedir asilo político, o que posso dizer é que há uma correlação muito estreita entre os pontos de emigração e as incidências da violência", explicou Orozco, diretor da The Dialogue em Washington.


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