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Estado de Minas

Dinastia Al Saud da Arábia Saudita e seu mecanismo de sucessão


postado em 18/10/2018 16:17

A dinastia dos Al Saud, que dirige a Arábia Saudita desde o início do século XX, se encontra no centro de uma crise internacional após o desaparecimento do jornalista saudita crítico do poder Jamal Khashoggi.

Em 2 de outubro de 2018, o jornalista entrou no consulado saudita em Istambul e, desde então, não se tem notícias dele. Autoridades turcas acusaram Riad de tê-lo assassinado, o que o poder saudita desmente.

Veja a seguir uma visão geral da família saudita e o seu mecanismo de sucessão:

- Quem são os Al Saud? -

A origem dessa dinastia, que deu seu nome ao país, remonta ao início do século XVIII. O emir Mohamed bin Saud decidiu em 1745 consolidar o seu poder se aliando a um religioso que pregava o retorno a um Islã rígido, Mohamed bin Abdel Wahab.

Em 1902, Abdel Aziz bin Saud expulsou de Riad a dinastia rival Rashid e começou a consolidar o seu poder unificando a península. Em 1925, tomou o controle das cidades santas de Meca e Medina. Em 1932, estabeleceu o reino da Arábia Saudita e se proclamou rei.

Para assentar a sua autoridade, multiplicou os casamentos com as filhas de chefes das tribos. No total teve 45 filhos.

A família real conta atualmente com 25.000 membros, 200 deles príncipes em cargos políticos.

O rei Abdel Aziz morreu em 1953. Seu filho Saud, a quem havia designado príncipe herdeiro, o sucedeu.

Saud, acusado de má gestão e corrupção, foi destituído em 1964 pelo Conselhos dos Emires, que reagrupou os principais membros da família real. Seu meio-irmão, Faisal, príncipe herdeiro, o substituiu.

Este, arquiteto de uma política de modernização, foi assassinado por um de seus sobrinhos em 1975.

Seu meio-irmão, Khalid, o sucedeu e reinou até a sua morte, em 1982. O príncipe herdeiro Fahd subiu ao trono antes que Abdullah, dois anos mais novo, o sucedesse em 2005.

- Qual é o mecanismo de sucessão? -

A lei saudita estabelece que o rei deve ser um descendente do monarca Abdel Aziz.

Em outubro de 2006 foi anunciada uma reforma dos mecanismos para garantir uma sucessão tranquila nesta monarquia ultraconservadora.

Segundo este mecanismo, que ainda não foi utilizado, um "Conselho de Lealdade", de 35 príncipes, designa pela maioria o príncipe herdeiro.

O rei deve propor até três candidatos. Estes podem ser rejeitados pelo Conselho, que então propõe o próprio. Se este não obtiver o aval do rei, o Conselho decide por maioria entre o seu candidato e outro designado pelo rei, em um prazo máximo de um mês.

Até agora, a indicação do príncipe herdeiro era decidida, por consenso, pela família Al Saud.

Segundo o decreto de 2006, com "a morte do rei, o Conselho realiza uma reunião de emergência para declarar o príncipe herdeiro o novo rei". Este soberano deve propor ao Conselho, em 10 dias, os seus candidatos, ou pedir a este que apresente os seus.

- Quem reina atualmente? -

O rei Abdullah faleceu em 2015. Em junho de 2012 surpreendeu ao eleger o seu meio-irmão Salman como príncipe herdeiro, aparentemente ser ir ao Conselho.

O rei Salman surpreendeu igualmente ao indicar, em junho de 2017, o seu filho Mohamed, de 31 anos, como príncipe herdeiro, deixando de lado o seu sobrinho Mohamed bin Nayef.

Desde a sua indicação, Mohamed bin Salman, chamado "MBS", se destacou por um reinado entre reformista e autoritário.

- Qual é o impacto do caso Khashoggi? -

Embora suas consequências sejam difíceis de prever, no Ocidente acredita-se que poderia causar uma crise dentro da família real.

A política externa de "MBS", especialmente a guerra no Iêmen, assim como a concentração de poder, suscitaram uma crescente oposição dentro da família real, dos empresários e religiosos, segundo os especialistas.

"Alguns membros da família Al Saud estão convencidos de que o príncipe é imprudente e coloca em perigo a segurança do país", disse a consultora Eurasia Group.

Antes do caso Khashoggi, circulavam boatos sobre uma revolução no palácio, o que já aconteceu no passado, afirmou a consultora Capital Economics.

Em teoria, o rei Salman, de 82 anos, pode substituir "MBS", embora os analistas acreditem que isso não é possível neste momento.


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