Jornal Estado de Minas

Venezuela denuncia bloqueio de importações de bens básicos pelos EUA

O vice-presidente da Área Econômica da Venezuela, Tareck El Aissami, denunciou nesta terça-feira (16) que os Estados Unidos fecharam contas e bloquearam transações de empresas privadas venezuelanas que receberam dólares do governo para importar bens de primeira necessidade.

"Alguns setores do agronegócio e farmacêuticos para os quais entregamos ativos tiveram as contas fechadas e setores da iniciativa privada foram impedidos de fazer transações com dólares. Para que vejam aonde pode chegar a loucura do imperialismo", disse o funcionário durante uma coletiva de imprensa.

Washington adotou sanções financeiras contra o país, a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), o presidente Nicolás Maduro e vários de seus colaboradores mais próximos, incluindo sua esposa Cilia Flores e El Aissami.

Cidadãos e empresas americanos estão proibidos de negociar dívidas do governo e da PDVSA, o que Maduro diz que é parte de uma "guerra econômica" para tentar derrubá-lo.

Muito dependente de importações, a Venezuela enfrenta uma crise econômica aguda, com a escassez de alimentos e medicamentos e hiperinflação que este ano poderia chegar a 1.350.000%, segundo o FMI.

El Aissami anunciou que, devido à recuperação dos preços do petróleo venezuelano (que na semana passada chegou a US$ 74,63 por barril), o governo vai voltar a oferecer divisas em seu sistema de leilão.

"O presidente decidiu que 2 bilhões de euros vão para o mercado de câmbio nacional (...) O governo fará ofertas de câmbio nos meses de novembro e dezembro para os setores produtivos e para os indivíduos. Divisas a uma taxa real, não criminosa", disse o funcionário.

O vice-presidente da Área Econômica esclareceu que, devido às sanções dos Estados Unidos, as transações do governo não serão mais feitas em dólares, mas em euros, iuanes e outras moedas.

Vigora na Venezuela um forte controle cambial desde 2003.

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