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Estado de Minas

Erdogan e Trump pressionam Riad por caso do jornalista desaparecido


postado em 11/10/2018 10:24

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan alertou nesta quinta-feira que seu país não deve permanecer em silêncio sobre o caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi desaparecido, depois que seu colega americano, Donald Trump, pediu explicações a Riad.

O jornalista, crítico do governo de Riad e colaborador do jornal The Washington Post, não dá sinais de vida desde o dia 2 de outubro, quando entrou no consulado de seu país em Istambul, para obter um documento relacionado ao casamento com sua noiva turca.

Ancara afirma que Khashoggi jamais saiu do prédio, mas Riad diz o contrário.

De acordo com o Washington Post, os serviços de inteligência dos Estados Unidos tinham informações sobre um plano saudita, que envolvia o príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman e consistia em montar uma armadilha para deter o jornalista.

Segundo a publicação, o jornalista de 59 anos, que escolheu morar nos Estados Unidos, conversou com vários amigos sobre sua desconfiança nas propostas que foram feitas a ele pelos dirigentes sauditas.

De acordo com essas versões, teriam oferecido a ele proteção e até mesmo um trabalho de alto nível.

No entanto, um porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Robert Palladino, negou que Washington tivesse alguma informação prévia sobre o desaparecimento do jornalista.

No lado turco, vários meios de comunicação exibiram imagens das câmeras de segurança feitas do lado de fora do consulado, que mostram o jornalista entrando e depois vários veículos entrando e saindo, mas os sauditas afirmam que as câmaras do consulado não estavam funcionando naquele dia.

O presidente Erdogan mostrou-se cético em declarações divulgadas nesta quinta-feira, quando afirmou que a Arábia Saudita tem os mais avançados sistemas de vigilância por vídeo.

"Se sair um mosquito (do consulado), seus sistemas de câmera vão interceptar", afirmou aos jornalistas a bordo do voo que o trazia de uma visita a Budapeste.

"Este incidente aconteceu em nosso país. Não podemos ficar calados", acrescentou.

O canal público turco TRT World informou na terça-feira que as autoridades turcas suspeitam que um grupo de sauditas que chegou a Istambul no dia do desaparecimento do jornalista deixou o país com as imagens do vídeo de vigilância da sede diplomática.

- Muito decepcionados -

Erdogan preferiu prudência quando questionado sobre as alegações das autoridades turcas de que Khashoggi foi morto no consulado por agentes sauditas.

"Não é justo que eu comente suposições, mas temos nossas preocupações", afirmou.

Riad nega a tese do assassinato. Desde o início do caso, contas pró-sauditas no Twitter fizeram acusações confusas contra Catar, o adversário regional de Riad e um aliado de Ancara, a Irmandade Muçulmana ou até mesmo sua noiva turca de ter inventado esta história para desacreditar a Arábia Saudita.

Khamal Khashoggi se exilou em 2017 nos Estados Unidos, depois de ter caído em desgraça no ambiente de Mohamed bin Salman.

Sua noiva, Hatice Cengiz, pediu ajuda ao presidente Donald Trump, que na quarta-feira disse a repórteres, em Washington, que mantinha contatos de mais alto nível com os com os sauditas, em relação ao caso do jornalista.

"Estamos decepcionados com o que está acontecendo e queremos saber o que está ocorrendo lá", assegurou Trump.

Além disso, em entrevista ao canal Fox nesta quinta, Trump disse que investigadores americanos estão trabalhando com Ancara e Riad para investigar o desaparecimento do jornalista.

"Tenho que descobrir o que aconteceu", enfatizou.

Depois que o jornal turco pró-governo Sabah divulgou na quarta-feira o nome, a idade e as fotografias de 15 homens apresentados como a "equipe de assassinos" enviada por Riad, a mídia e as contas nas redes sociais conseguiram identificar um grande número deles como agentes dos serviços de segurança ou pessoas ligadas ao príncipe herdeiro.

As autoridades turcas receberam autorização na terça-feira para revistar o consulado saudita, mas até agora a operação de busca não foi realizada.

As autoridades britânicas também reagiram ao incidente. O ministro das Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, alertou nesta quinta que as autoridades da Arábia Saudita estariam expostas a "graves consequências" se a responsabilidade pelo desaparecimento do jornalista for confirmada.

"As pessoas que há muito se consideram amigos dos sauditas dizem que esta é uma questão muito, muito séria, e se estas acusações forem verdadeiras, haverá sérias consequências, porque a nossa amizade e cooperação são baseadas em valores comuns", afirmou Hunt à AFP.


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