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Estado de Minas

Sobe o tom da campanha para segundo turno no Brasil


postado em 09/10/2018 21:06

A campanha presidencial subiu de tom depois que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, chamou seu adversário, Fernando Haddad, do PT, de "canalha", enquanto os demais partidos começaram a definir suas posições para o segundo turno, em 28 de outubro.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) pediu nesta terça-feira (9) a formação de uma "frente democrática" contra Bolsonaro, com pouco eco. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), dividido, decidiu não indicar uma posição aos seus militantes.

Haddad, segundo colocado no primeiro turno, em 7 de outubro, com 29% dos votos, propôs na segunda-feira (8) a Bolsonaro, que teve 46% da preferência do eleitorado, que eles assinassem uma carta de compromisso contra a propagação de notícias falsas.

Mas o capitão da reserva do Exército rejeitou a proposta e jogou na cara do rival sua ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"O pau mandado de corrupto me propôs assinar carta de compromisso contra mentiras na internet. O mesmo que está inventando que vou aumentar imposto de renda para pobre. É um canalha!", tuitou Bolsonaro nesta segunda.

"Recebemos uma resposta do nível do candidato", respondeu Haddad nesta terça-feira.

Na noite passada, os dois candidatos deram entrevistas ao Jornal Nacional, nas quais desautorizaram aliados e garantiram que não vão desrespeitar a Constituição para impulsionar seus projetos, tentando se aproximar dos eleitores de centro.

- Alianças -

Enquanto isso, os atores políticos debatem se devem apoiar algum dos candidatos.

Bolsonaro acumula um histórico de declarações misóginas, racistas e de apoio à ditadura militar (1964-1985), enquanto Haddad foi indicado por Lula, a quem milhões de brasileiros identificam com os escândalos de corrupção que durante anos desviaram bilhões de reais de estatais.

O PSDB "decidiu liberar os seus militantes e seus líderes para que decidam", disse na saída de uma reunião em Brasília o ex-candidato à Presidência Geraldo Alckmin, que obteve no primeiro turno 4,76% dos votos.

FHC, um dos fundadores do partido, não esteve presente no encontro. Na véspera, ele disse ao jornal O Globo que nenhum dos dois candidatos lhe agrada, mas que Bolsonaro está fora de questão.

Essa é a primeira vez que o PSDB fica fora da definição pela Presidência desde 1994, além de ter visto nessas eleições a sua bancada na Câmara dos Deputados cair de 54 para 29 integrantes.

O Partido Progressista (PP), que terá a terceira maior bancada na Câmara de Deputados renovada, declarou-se neutro. Mas a senadora do PP Ana Amélia Lemos, que foi candidata a vice na chapa liderada por Alckmin, pediu apoio para Bolsonaro.

O Partido Novo, do candidato João Amoedo (2,50% de votos), também apostará na neutralidade, embora tenha deixado claro que é "absolutamente contrário" ao PT de Haddad.

A ex-candidata e líder ambientalista Marina Silva (que teve 1% dos votos) disse no domingo que fará oposição a qualquer um que for eleito presidente, mas seu partido, o Rede Sustentabilidade, ainda discute seu posicionamento.

Haddad já recebeu o apoio de Guilherme Boulos, candidato à Presidência pelo PSOL (0,58% dos votos), e do PSB a fim de evitar a chegada ao poder de um admirador da ditadura militar.

Mas o principal apoio de Haddad deverá ser o pedetista Ciro Gomes (12,47%), que no domingo disse que sua prioridade será "lutar pela democracia e contra o fascismo", antes de emendar, "Ele não!", em alusão ao lema criado pelo movimento feminista contra Bolsonaro.

- Avalanche de notícias falsas -

"Foi colossal o volume de notícias falsas nas sete semanas do primeiro turno", escreveu a Agência Lupa, especializada na checagem de notícias. "É um cenário alarmante que tende a se agravar com a polarização que se anuncia para os próximos dias".

Segundo a Lupa, as dez "fake news" mais populares foram compartilhadas 865.000 vezes no Facebook.

Entre o domingo e a segunda-feira circularam vídeos afirmando que Haddad renunciou à sua candidatura, que Lula havia declarado apoio a Bolsonaro ou de uma urna eletrônica que só aceitaria votos em Haddad. Todos os casos foram desmentidos.

Nesta terça, a jornalista Miriam Leitão sofreu ataques violentos nas redes sociais por ter lembrado na Globo News que Bolsonaro "fez a carreira em defesa da ditadura, da tortura", "sempre teve um discurso autoritário" enquanto o PT "de vez em quando fala uma palavra aqui e outra ali (...) mas na verdade é um partido que nasceu e cresceu na democracia, sempre jogou o jogo democrático".


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