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Estado de Minas

Comunidade internacional exige que Maduro esclareça morte de opositor


postado em 09/10/2018 12:42

O governo venezuelano enfrentou nesta terça-feira cobranças da comunidade internacional para esclarecer a morte de um vereador da oposição que, segundo as autoridades, cometeu suicídio na prisão, embora seus companheiros aleguem que foi assassinado.

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU pediu nesta terça uma "investigação transparente" sobre as circunstâncias da morte do vereador Fernando Albán.

"Fernando Albán se encontrava detido pelo Estado. O Estado tinha a obrigação de garantir sua segurança, sua integridade pessoal (...). Nós pedimos uma investigação transparente para esclarecer as circunstâncias de sua morte", já que existem "informações contraditórias sobre o ocorrido", declarou uma porta-voz do Alto Comissariado, Ravina Shamdasani, em coletiva de imprensa em Genebra.

A União Europeia também ressaltou nesta terça a necessidade de uma "investigação independente" para apurar as circunstâncias da morte do vereador.

"Esperamos uma investigação exaustiva e independente para esclarecer as circunstâncias da trágica morte do vereador Albán", afirmou o comunicado do escritório da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, que também pediu que Caracas liberte "todos os presos políticos".

A Arquidiocese de Caracas, cujo trabalho social estava ligado ao vereador, levantou dúvidas sobre a versão do suicídio. "Até domingo, sabia-se que ele estava sereno e calmo, e até enviou diretrizes para sua equipe para que eles continuassem trabalhando para os pobres", declarou a arquidiocese, muito crítica do governo.

O advogado de Albán, Joel García, disse aos jornalistas que não se pode afirmar ou negar que foi um suicídio.

"Como vamos falar sobre suicídio se é uma pessoa que acabou de morrer? A primeira coisa que qualquer órgão policial deve dizer é que há uma investigação", enfatizou.

Segundo o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, Albán, detido por um suposto ataque com drones explosivos contra o presidente Nicolás Maduro, cometeu suicídio na segunda-feira na sede do serviço de inteligência.

O partido de Albán, Primero Justicia, denunciou que se tratou de um assassinato.

Albán, vereador do município Libertador de Caracas, foi detido na última sexta-feira acusado de participar da explosão de dois drones perto do local em que Maduro fazia um discurso em 4 de agosto, durante um desfile militar na capital.

Saab explicou por telefone à rede de televisão estatal VTV que Albán "solicitou ir ao banheiro, e estando lá, se jogou pela janela do décimo andar".

O ministro do Interior e da Justiça, Néstor Reverol, afirmou que Fernando Albán se suicidou "no momento em que seria trasladado ao tribunal".

- 'Magnicídio frustrado' -

Nicolás Maduro classificou os fatos de 4 de agosto de "magnicídio frustrado" e responsabilizou como autor intelectual o deputado Julio Borges, fundador do Primero Justicia e exilado na Colômbia.

"A crueldade da ditadura acabou com a vida de Fernando Albán", reagiu Borges no Twitter, lembrando que o vereador havia viajado a Nova York na semana passada para visitar seus filhos e o acompanhou às Nações Unidas.

"Sua morte não vai ficar impune", acrescentou o deputado, que Maduro acusa de fazer parte de uma trama para derrubá-lo com a ajuda de Estados Unidos e Colômbia.

O presidente do Comitê das Relações Exteriores do Senado americano, Bob Corker, em visita em Caracas, disse que a morte de Albán é "perturbadora".

"O governo tem a responsabilidade de garantir que todos entendam como isso aconteceu", escreveu no Twitter

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, condenou a morte do opositor. "Responsabilidade direta de um regime torturador e homicida", escreveu no Twitter.

O ex-candidato presidencial Henrique Capriles, membro do partido de Albán, afirmou que o ocorrido "é total responsabilidade do regime". "Ele NUNCA poderia ter atuado contra sua vida", ressaltou no Twitter.


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