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Estado de Minas

Falta um mês para legislativas nos EUA, um referendo sobre Trump


postado em 05/10/2018 13:36

Quase dois anos depois da chegada de Donald Trump ao poder, os americanos são esperados nas urnas para votar, no que será um referendo sobre seu presidente, em eleições legislativas que determinarão se o Partido Republicano continua tendo o controle do Congresso.

A questão é se os americanos estão cansados o suficiente das manobras de Trump para punir os republicanos na Câmara de Representantes e no Senado. É a resposta para esta pergunta que sairá das urnas em 6 de novembro.

Os democratas apostam na "onda azul" que vai varrer o mapa eleitoral e recuperar o controle do Congresso das mãos dos republicanos.

Apesar de Trump, um dos presidentes mais polêmicos dos Estados Unidos, não estar nas cédulas, sua sombra se projeta sobre todo o processo, classificado por ele mesmo como "a eleição legislativa mais importante desses tempos".

Em função disso, Trump tem participado regularmente de comícios em diferentes estados para tentar mobilizar sua base, atacando os democratas, os quais chama de "obstrucionistas", e promovendo sua gestão da economia e as mudanças em temas migratórios.

"Eu não estou na cédula", disse ele a seus seguidores no Mississippi na terça-feira.

"Mas, sim, estou na cédula, porque também se trata de um referendo sobre mim", acrescentou.

Alguns republicanos preferem manter uma distância prudente de Trump, que tem uma frágil popularidade nas pesquisas. Muitos candidatos sabem, porém, que seu destino está unido ao do presidente.

- 'Ventos de mudança' -

Os democratas se sentem estimulados com as volumosas campanhas de arrecadação de fundos, com as quais esperam tomar cadeiras em estados tradicionalmente republicanos.

A oposição aspira a ganhar vagas como Tennessee, Geórgia, Kansas e Texas, para voltar a controlar o Congresso, composto por uma Câmara de Representantes de 435 membros e um Senado de 100 membros.

"As pessoas sentem os ventos da mudança aqui", disse à AFP na localidade de Austin, no Texas, Tariq Thowfeek, o diretor de Comunicação do Partido Democrata neste estado tradicional do sul.

Como exemplo, apontou o candidato saído das bases Beto O'Rourke, uma ousada aposta dos democratas frente ao consagrado senador republicano Ted Cruz. Se O'Rourke for bem-sucedido, será um indício de uma mudança muito mais forte em todo país.

Em sua campanha, O'Rourke reitera constantemente que se trata de "um momento definidor" e pôs sobre a mesa temas como o sistema de saúde, crucial para os eleitores democratas.

Tampouco se esqueceu de assuntos como emprego, educação, reforma do sistema judiciário, um ajuste das políticas migratórias, assim como o delicado tema da legislação sobre as armas.

Sem deixar de lado os temas locais, a sombra de Trump é clara.

"Para os democratas, o principal assunto é, de longe, Donald Trump", disse o diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia, Larry Sabato.

"Ele é a razão, pela qual estão se mobilizando a votar e, de uma forma quase unânime, estão votando contra ele", frisou.

- 'Um grito de guerra' -

Nas primeiras eleições desde o eclosão do movimento #MeToo, sobre os escândalos de abuso sexual, o voto das mulheres pode ser chave.

Ainda mais porque a campanha começou com o escândalo que cerca a indicação do candidato de Trump para a Suprema Corte, Brett Kavanaugh, acusado de agressão sexual.

Ainda não está claro como esta disputa pode afetar o resultado.

Até o momento, Trump diz acreditar em que seu candidato estimulará a participação da base, diante da perspectiva de se inclinar o Supremo ainda mais à direita.

Kavanaugh "é como um grito de guerra para os republicanos", disse Trump à imprensa nesta terça.

Os democratas têm de ganhar mais 23 cadeiras para reconquistarem a Câmara.

Dave Wasserman, do centro de estudos Cook Political Report, prevê que os democratas conseguirão avançar entre 25 e 40 cadeiras.

Uma pesquisa recente da Quinnipiac University dá um pouco de esperança aos conservadores, porém, mostrando que conseguiram reduzir a vantagem dos democratas na Câmara de 14% para 7%.

No Senado, os republicanos têm, atualmente, uma maioria de 51 a 49.

E, das 35 cadeiras em disputa no Senado, os democratas saem para defender 26. Destas, dez se encontram em estados nos quais Trump se impôs. Os republicanos buscam conservar nove representantes que já têm.


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