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Estado de Minas

Pesquisas aproximam Bolsonaro do Palácio do Planalto


postado em 03/10/2018 18:24 / atualizado em 03/10/2018 20:21

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, teve um aumento surpreendente nas pesquisas de intenção de voto para as eleições do próximo domingo que, se for confirmado, o deixa a um passo da presidência do Brasil.


Alguns analistas se perguntam sobre as chances de vitória no primeiro turno, hipótese que até agora somente Bolsonaro e seus eleitores mais fiéis mencionam com convicção.


"Se eu tivesse que palpitar agora, eu diria que é pouco provável que ganhe no primeiro turno. Na semana passada, eu diria que é impossível, mas hoje não diria isso", afirma Sergio Praça, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Bolsonaro, que há semanas lidera as intenções de voto do primeiro turno, cresceu quatro pontos percentuais na última semana e chega a 31% na pesquisa do Ibope e a 32% na do Datafolha.


Fernando Haddad, do PT, ficou estagnado em 21%.


As projeções de votos válidos (excluindo os votos em branco, os nulos e as abstenções) dão a Bolsonaro 38%, enquanto Haddad aparece com 24%. Longe, portanto, do horizonte de metad mais um dos votos válidos necessários para ser eleito no primeiro turno.


Os analistas atribuem o avanço do voto 'bolsonarista' ao ódio visceral contra o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que da prisão em Curitiba escolheu Haddad como seu substituto.


"Vejo muitos eleitores do Bolsonaro que nunca viram o programa, as propostas dele, só votam por raiva do PT", afirma Geraldo Monteiro, diretor do Centro Brasileiro de Estudos sobre a democracia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Cebrad/UERJ).


Monteiro também vê o crescimento de Bolsonaro como uma consequência paradoxal das manifestações em massa de mulheres contra esse candidato no último sábado, quando elas foram às ruas para gritar "Ele não".


"Me parece muito claro que esse crescimento agora foi reação às manifestações do fim de semana. Em reação às manifestações, o lado do Bolsonaro também se mobilizou e muitas pessoas que ainda estavam indecisas escolheram seu lado".


Ciro Gomes, terceiro colocado nas pesquisas, com 11% das intenções de voto, afirmou que os protestos foram um "grosseiro equívoco", que acabaram dando combustível a Bolsonaro.


- Polarização extrema -


Bolsonaro teve alta hospitalar no sábado, após três semanas de tratamento após ter sido esfaqueado em um evento de campanha.


Durante sua recuperação, ele precisou intervir para esclarecer declarações polêmicas de seus principais assessores.


Seu guru em temas econômicos, Paulo Guedes, mencionou a possibilidade de ressuscitar CPMF. Seu vice, o general Hamilton Mourão, vinculou o aumento da criminalidade a estruturas familiares sem a figura paterna e criticou o 13º salário.


Mesmo assim, Bolsonaro conseguiu manter seu eleitorado, recebendo, inclusive, importantes apoios, como o do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e de membros da bancada do agronegócio no Congresso, que apoiavam o tucano Geraldo Alckmin, estagnado em quarto lugar nas pesquisas.


"Essa possibilidade de Haddad ganhar no segundo turno faz muita gente votar no Bolsonaro agora, esperando que ele vença no primeiro", explica Sergio Praça.


"Nunca vi uma eleição tão polarizada, mas paradoxalmente muito despolitizada", com tantos eleitores que vota, principalmente contra aqueles que detestam e não naqueles com quem se identificam pelas ideias, diz Monteiro.


No caso de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, "os candidatos, em vez de buscar o eleitorado do centro, vão tentar diferenciar-se ainda mais", adverte.


A pesquisa do Datafolha aponta empate técnico no segundo turno, com 44% para Bolsonaro e 42% para Haddad.


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