Jornal Estado de Minas

Terremoto na Indonésia matou 34 estudantes de teologia em Igreja

Socorristas indonésios descobriram os corpos de 34 estudantes de Teologia em uma igreja na ilha Célebes, soterrada por um deslizamento de terra devido ao terremoto de sexta-feira, anunciou nesta terça uma porta-voz da Cruz Vermelha local.

"A equipe encontrou 34 corpos no total", declarou à AFP Aulia Arriani.

A princípio, foi declarado o desaparecimento de 86 estudantes, que participavam de um retiro religioso no distrito de Sigi Biromaru.

Segundo Ariani, o local é de difícil acesso. "O problema mais sério é andar a pé na lama durante hora e meia transportando os corpos".

O centro da ilha de Célebes ficou devastado pelo terremoto seguido de tsunami na noite de sexta-feira, que deixou ao menos 844 mortos.

Na cidade costeira de Palu, as ondas destruíram prédios, carregaram veículos e devastaram a vegetação.

O número total de mortos segue crescendo à medida em que os socorristas têm acesso às zonas mais remotas, como o distrito de Sigi Biromaru, a sudeste de Palu.

Na véspera, voluntários começaram a enterrar, em fossas comuns, os corpos das vítimas do terremoto e do tsunami.

Além dos 844 mortos, a catástrofe deixou 59.000 deslocados e o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU calcula que 191 mil pessoas precisam de ajuda urgente, incluindo 46 mil crianças e 14 mil idosos.

Dezenas de agências humanitárias e ONGs ofereceram ajuda ao país, mas o envio de material à região é muito complicado: estradas estão bloqueadas, e os aeroportos, muito danificados.

A ONG Oxfam prevê o envio de ajuda a, potencialmente, 100.000 pessoas, com destaque para alimentos instantâneos, equipamentos de purificação de água e barracas, anunciou Ancilla Bere, diretora da organização na Indonésia.

O presidente indonésio Joko Widodo autorizou a ajuda internacional de urgência, e as autoridades declararam estado de emergência de 14 dias.

A maior parte das vítimas foi registrada em Palu, cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha Célebes, segundo a Agência de Gestão de Desastres.

Em Poboya, na colinas que cercam Palu, voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma gigantesca fossa comum, com capacidade para 1.300 corpos.

Três caminhões lotados de cadáveres chegaram ao local. Os corpos foram colocados na fossa, um por um, e cobertos com terra.

Em um primeiro momento, as autoridades reuniram os corpos em necrotérios improvisados para poder identificá-los. Diante do risco sanitário, decidiram organizar enterros em massa.

Em Balaroa, bairro da periferia de Palu com uma zona residencial, os danos foram catastróficos.

A área se transformou em um terreno baldio coberto por árvores derrubadas, blocos de cimento, pedaços de telhados e móveis destruídos.

Em um cenário de devastação, as equipes de resgate lutam contra o tempo para encontrar sobreviventes e retirá-los dos escombros.

Muitos moradores procuram os parentes desaparecidos nos hospitais, ou necrotérios improvisados.

A Indonésia, um arquipélago de 17.000 ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.

Dois terremotos - de 5,9 e 6 graus de magnitude - abalaram na manhã desta terça-feira a região da ilha indonésia de Sumba, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O epicentro do primeiro tremor, a 10 km de profundidade, foi situado a 40 km de Sumba, ilha de 750 mil habitantes.

O segundo abalo, de 6 graus, ocorreu quinze minutos depois, na mesma zona, com epicentro a 30 km de profundidade.

Sumba está situada a 1.600 km das ilhas Célebes.

O terremoto de sexta-feira nas Célebes, de 7,5 graus de magnitude, foi mais potente do que os tremores que deixaram mais de 500 mortos e 1.500 feridos na ilha indonésia de Lombok em agosto passado.

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