A solar poderia ser uma enorme fonte de energia na África, mas seu potencial tem sido bloqueado porque as atuais baterias de armazenamento são muito caras e inadequadas para o uso em países pobres.
O Banco Mundial pretende superar esse obstáculo e anunciou planos, nesta quarta-feira, de investir US$ 1 bilhão - e alavancá-los com mais US$ 4 bilhões - para aumentar a capacidade de armazenamento de energia dos países em desenvolvimento de 4,5 para 17,5 gigawatt-hora até 2025.
Embora a energia solar seja abundante, o sol se põe por volta das 17h ou 18h na maior parte do continente africano, tornando a capacidade de armazenamento crucial para fornecer um fornecimento contínuo de eletricidade.
A África, onde a energia solar é uma fonte de energia "imperdível", será a primeira a se beneficiar, disse Riccardo Puliti, chefe de prática de energia do Banco Mundial.
Bangladesh e outros países em desenvolvimento do Sudeste Asiático também se beneficiarão do investimento do Banco Mundial, que visa estimular um mercado incipiente e criar um "círculo virtuoso".
"Queremos desenvolver o mercado de baterias nos países em desenvolvimento", disse Puliti à AFP. "O armazenamento tem um ótimo futuro".
As baterias de lítio estão disponíveis hoje, mas são feitas principalmente para veículos elétricos.
Em vez disso, o Banco Mundial gostaria de ver baterias acessíveis que são ajustadas à vida em aldeias, capazes de durar sete ou oito horas à noite, resistentes a temperaturas extremas e que exijam pouca manutenção.
O custo é um fator crucial. Hoje, as melhores baterias disponíveis nos países industrializados custam de US$ 200 a US$ 300 por kilowatt/hora de capacidade instalada, ou menos.
Nos países em desenvolvimento, elas variam de US$ 400 a US$ 700 por kilowatt/hora.
O objetivo do Banco Mundial é reduzir esses preços nos próximos anos.
"O armazenamento de baterias pode ajudar os países a saltar para a próxima geração de tecnologia de geração de energia, ampliar o acesso à energia e preparar o terreno para sistemas de energia mais limpos e estáveis", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.
Agora cabe aos fabricantes atenderem ao chamado e desenvolverem as tecnologias apropriadas.