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Estado de Minas

Batalha contra doenças crônicas ainda não está ganha


postado em 21/09/2018 20:06

Mais da metade dos países do mundo não estão no caminho para alcançar a meta da ONU de reduzir em 30% até 2030 as mortes prematuras provocadas pelas chamadas doenças não transmissíveis, como o câncer e a diabetes, advertiram cientistas nesta sexta-feira.

As doenças não transmissíveis (DNT), que matam quase 41 milhões de pessoas por ano, ou seja, 7 em cada 10 no mundo, se tornaram uma forte ameaça para a saúde, muito à frente de outras causas de mortalidade, como as doenças infecciosas, como tuberculose, aids e malária.

Moradores de Grã Bretanha, Estados Unidos e China correm mais riscos de morrer de forma prematura (antes dos 70 anos) de DNT, do que quem mora na Itália, na Espanha, na França e na Coreia do Sul, segundo os pesquisadores, cujo estudo foi publicado pela revista médica The Lancet.

Realizado em 186 países entre 2010 e 2016, o estudo foi divulgado previamente na terceira reunião da ONU dedicada a essas patologias, em 27 de setembro em Nova York.

Em 2016, aproximadamente 40,5 milhões de mortes, de um total de 56,9 milhões no mundo, decorreram de doenças não transmissíveis.

Do total de mortes resultantes de DNT, 1,7 milhão ocorreu entre menores de 30 anos, 15,2 milhões entre os de 30 e 70 anos, e 23,6 milhões a partir dos 70.

Segundo essas estimativas, 32,2 milhões de mortes se deveram ao câncer, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares crônicas e diabetes, enquanto que os 8,3 milhões restantes foram atribuídos a doenças mentais, neurológicas e renais.

- Hipertensão, álcool, cigarro -

A ONU fixou em 2015 o objetivo de reduzir em 30% até 2030 a mortalidade prematura devido às quatro principais patologias crônicas ou DNT: câncer, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e diabetes.

Segundo o estudo, 35 países estão no caminho de atingir a meta entre as mulheres de entre 30 e 70 anos, e 30 países de conseguir entre os homens.

O Brasil, por exemplo, conseguirá em 2030 para ambos os sexos, enquanto que a Argentina alcançará meta para os homens e a Costa Rica, para as mulheres.

Por outro lado, um em cada dez países registrou aumento ou estagnação do nível deste tipo de mortalidade, como é o caso do Uruguai para as mulheres.

A maioria de países de América Latina descumprirá a meta da ONU, assim como a Espanha (a partir de 2040 para mulheres e entre 2031-2040 para homens).

"Muitas pessoas morrem muito cedo", segundo o College Imperial de Londres, coautor do estudo realizado com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a The Lancet.

Para o professor Majid Ezzati, do College Imperial, que supervisionou o estudo, somente o tratamento da hipertensão e o controle do consumo de cigarro e álcool poderiam prevenir milhões de mortes por câncer, doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e o restante das doenças não transmissíveis".

"Também fazem falta cuidados acessíveis e de grande qualidade para diagnosticar e tratar as doenças crônicas o quanto antes", acrescentou.

A OMS, que já havia alertado há um ano sobre esta problemática, ressaltou os efeitos "devastadores" das DNT em um documento destinado à reunião de Nova York. "Nos próximos 15 anos, os custos humanos e econômicos das DNT se elevarão, segundo as estimativas, a mais de 7 bilhões de dólares somente nos países em desenvolvimento".


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