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Estado de Minas

Possíveis relações comerciais entre Reino Unido e UE após o Brexit


postado em 21/09/2018 15:00

A primeira-ministra britânica, Theresa May, quer manter relações comerciais o mais próximas possível com a União Europeia após o Brexit, mas isso se choca com os limites que Bruxelas e ela mesma fixaram.

A UE pediu à primeira-ministra que revise seu plano nesta quinta-feira, durante uma cúpula informal em Salzburgo. Bruxelas prefere uma associação comercial como a que tem com a Noruega ou um amplo acordo de livre-comércio, como com o Canadá.

Mas May rejeita essas opções, insistindo em obter um acordo "personalizado".

A seis meses do Brexit, previsto para o fim de março de 2019, as duas partes bateram o pé, situação que cada vez mais dá consistência à hipótese de uma separação sem acordo.

Estas são as opções que existem:

- Proposta de May -

De acordo com Theresa May, seu plano, chamado "de Chequers", é "a única proposta séria e confiável" na mesa.

Ele prevê a criação de uma zona de livre-comércio para produtos industriais e agrícolas, com regras comuns, e a possibilidade de o Reino Unido cobrar, em nome de Bruxelas, os direitos aduaneiros sobre as mercadorias que entram no seu território com destino à UE.

O Reino Unido poderia estabelecer suas próprias tarifas para bens destinados ao seu território.

Isto significaria manter o Reino Unido dentro da união aduaneira para a livre-circulação de bens e capitais, mas excluindo a dos serviços e de pessoas.

Para a UE isso é inaceitável, porque atacaria a integridade do mercado único, e insuficientes, em sua opinião, para evitar o estabelecimento de uma fronteira física entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, país membro do bloco.

- Opção norueguesa -

A Noruega tem uma relação econômica e comercial muito avançada com a UE, como membro do Espaço Econômico Europeu (EEE).

O país tem acesso ao mercado único e deve respeitar a liberdade de circulação de pessoas, serviços, bens e capitais. Os produtos agrícolas e de pesca não fazem parte do acordo.

Além das relações comerciais simples, a Noruega alinhou-se às regras comunitárias sobre auxílios públicos, concorrência e mercados públicos.

Londres rejeita este modelo, porque se opõe à livre circulação de pessoas e rejeita a jurisprudência do Tribunal de Justiça da UE.

- Acordo à la Canadá -

Tendo em conta os limites estabelecidos por Londres - negando o mercado único e a união aduaneira -, a UE considera que o acordo de livre-comércio alcançado com o Canadá (CETA) poderia servir de modelo para as relações futuras.

Este acordo estabelece regras comuns sobre saúde, denominações de origem controladas ou de mercados públicos. Mas poderia, como no caso do Canadá, precisar de anos de negociações para alcançar um nível de cooperação conveniente para os dois lados de cada setor.

Esta opção parece agradar os defensores do Brexit, mas isso significa que um acordo separado para a Irlanda do Norte seria necessário e colocaria em questão a unidade do Reino Unido, alerta May.

- As regras da OMC -

Se as negociações falharem, o Reino Unido se tornará, da noite para o dia, em um país terceiro aos olhos da UE. Seu relacionamento seria então governado apenas pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Essas regras padrão implicam tarifas alfandegárias e barreiras comerciais que interfeririam nas trocas entre Londres e o continente.

A London School of Economics (LSE) estima em um estudo que, em dez anos, esse cenário reduziria em 40% o comércio do Reino Unido com a UE.


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