Estados Unidos e Canadá retomaram nesta quarta-feira, em Washington, suas negociações de alto nível para modernizar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), também integrado pelo México.
Os negociadores "ainda têm trabalho" à frente, disse em Ottawa o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que enviou sua ministra da Relações Exteriores, Chrystia Freeland, a Washington para discutir com o representante comercial americano, Robert Lighthizer.
Freeland se reuniu nesta quarta-feira, em duas ocasiões, com Lighthizer, e qualificou algumas questões da pauta de discussões "infernalmente complexas".
A chanceler declarou aos jornalistas que abordou um "pacote de assuntos infernalmente complexos mas absolutamente essenciais para a relação econômica da América do Norte".
Mas Freelanda se negou a comentar os detalhes do estado das negociações e se houve algum progresso.
"Nossos negociadores têm sido muito duros, inclusive em uma sessão durante toda a noite de ontem. Então estamos trabalhando muito, muito duro".
Canadá e Estados Unidos tentam avançar em direção a um acordo que permita atualizar o Nafta, em vigor desde 1994.
Os Estados Unidos e o México já chegaram a um acordo sobre o tratado. O Canadá esperava que seus parceiros resolvessem suas disputas bilaterais antes de retornar à mesa de negociações.
"Seguimos confiantes de que haverá mudanças (no acordo), mas isto ainda exigirá trabalho", declarou Trudeau, que na véspera conversou por telefone com o presidente Donald Trump e ambos reafirmaram seu compromisso "de fechar um compromisso vantajoso para os dois países".
- Calma e negociação -
Ao deixar o Canadá para Washington na noite de terça-feira, Freeland usava uma camiseta com a frase "Mantenha a calma e negocie o Nafta".
"É um presente de seus filhos. Ela usa sempre", disse seu porta-voz, Adam Austen.
A mídia canadense interpretou a mensagem como um sinal de que Ottawa não está aberta a ceder à pressão de Trump.
Ottawa protege o setor de laticínios, que está em grande parte excluído do Nafta atual, fixando controles de produção e preços de leite, ovos e aves.
Os Estados Unidos querem ter mais acesso ao mercado do Canadá e isso se tornou um dos obstáculos a resolver para modernizar o acordo.
Outros temas pendentes entre Canadá e Estados Unidos são o mecanismo de resolução de controvérsias entre os sócios do Nafta e os subsídios canadenses a seu setor cultural.
Freeland disse nesta quarta que o Canadá tem "talento" para as negociações. "Somos um país que é bom em buscar acordos mútuos, é um talento que nossos negociadores demonstram", disse ela.
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