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Estado de Minas

Após novas negociações, acordo Mercosul-UE fica estagnado


postado em 14/09/2018 19:00

O acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) voltou a estagnar, depois de uma nova rodada de negociações nesta semana em Montevidéu, em que as partes reafirmaram suas diferenças em áreas-chave para as economias dos dois lados do Atlântico.

Fontes do governo uruguaio, que detém a presidência pro tempore do bloco - também composto por Brasil, Argentina e Paraguai -, disseram que não houve progresso nas discussões técnicas que seguiram "na mesma", sem conclusões sobre as cotas para os produtos agropecuários.

Desde que, em junho - dois encontros antes do atual -, a UE vislumbrou o "começo do fim" do acordo, as negociações parecem ter recuado no caminho tortuoso que já dura 20 anos. Como os negociadores sul-americanos temiam, a meta recuou mais uma vez, à medida que surgiram novas diferenças.

"Novas questões sobre serviços, subsídios, indicações geográficas apareceram", o que tornou a negociação mais complexa, disse a repórteres o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, na quinta-feira.

Isso se soma a mudanças de contexto nos países com maior peso no Mercosul. De um lado, no Brasil, as eleições presidenciais de 7 de outubro, que atravessam uma campanha marcada pela violência, com resultado incerto.

Enquanto isso, a Argentina continua a enfrentar turbulência após a corrida do peso no fim de agosto, que lhe obrigou a renegociar os termos de seu acordo com o FMI, elevou a cotação do dólar acima dos 40 pesos e fez a inflação disparar.

Assim, caíram por terra as expectativas argentinas - que há tempos atrás falava em ter um acordo assinado nesta altura do ano.

O otimismo se provou excessivo com a aproximação da atual rodada de negociações - a 35ª desde que tiveram início, há quase 20 anos.

Dias antes da reunião, o chanceler brasileiro, Aloysio Nunes, disse que esperava "um pouco mais" de parte da Europa.

A resposta do comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, chegou rapidamente, desqualificando a "diplomacia do megafone" do outro lado do oceano. Hogan, que fontes próximas à negociação apontam como o único capaz de alterar as cotas de produtos agrícolas, foi categórico ao dizer ao Financial Times que a UE tinha feito "uma oferta clara e explícita" em janeiro, e que "países do Mercosul atrasaram sua resposta".

Em Montevidéu, o diálogo do lado europeu foi dirigido por Sandra Gallina, diretora de Comércio e Desenvolvimento Sustentável na área de negociações comerciais da Comissão Europeia. Pelo lado sul-americano, quem liderou a reunião foi a negociadora uruguaia Valeria Csukasi, que após a última reunião havia afirmado que a margem de ação do Mercosul estava "no limite".

A negociação terminou sem uma data definitiva para próximos encontros.


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