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Estado de Minas

Indicadores da economia dos EUA estão ótimos, mas guerra comercial desperta preocupação


postado em 14/09/2018 13:48

Dez anos após o colapso do Lehman Brothers e a catástrofe financeira que se seguiu, os Estados Unidos estão experimentando um ciclo de crescimento excepcionalmente longo.

Atualmente, os principais indicadores econômicos são positivos, mas uma guerra comercial pode transformar esse cenário.

- Sinal verde -

Índice industrial robusto, confiança do consumidor em seu nível mais alto, desemprego historicamente baixo, criação de empregos sólida, crescimento acima de 4% e recordes no mercado de ações... Os indicadores favoritos da maioria dos economistas não despertam preocupação.

Mas, segundo Chris Low, economista-chefe da FTN Financial, a desaceleração da habitação começa neste verão (boreal), embora esse índice, como todo o mercado imobiliário, tenha o mesmo peso na economia do que antes da crise financeira de 2008.

Esses indicadores fazem parte dos resultados de empresas de sucesso, apoiadas por uma generosa reforma tributária. Os lucros das 500 maiores empresas dos Estados Unidos aumentaram 25% no segundo trimestre, o melhor desde 2010, segundo a FactSet.

- Sinal amarelo -

Em agosto, a taxa de desemprego, inferior a 4%, contribuiu para o aumento salarial de 2,9% no ano, o mais elevado em nove anos.

Essa aceleração está impulsionando a inflação. O índice de preços baseado em gastos do consumidor - o indicador preferido do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) - está se movendo para seu nível mais alto em seis anos, de acordo com dados de julho.

Responsável por garantir a estabilidade de preços, o Fed deve acelerar seus aumentos de juros duas vezes antes de dezembro.

Mas essas altas devem elevar um pouco o custo do crédito para as famílias e para as empresas americanas e podem desacelerar o crescimento, em um momento em que algumas pessoas estão preocupadas com uma expansão rápida demais.

"Poderíamos continuar a elevar as taxas de juros sem que a economia pudesse sustentar isso, e então causaríamos uma recessão", disse Nepp Kashkari, diretor do Fed de Minneapolis, no programa MarketPlace.

O debate sobre a taxa "neutra" do Fed - nem muito baixa, nem muito alta - se cristalizou após meses em torno do risco de investimento da curva de juros, fenômeno que indica que as taxas de endividamento dos estados americanos no curto prazo - sensíveis aos juros do Fed - serão mais altas do que as taxas a longo prazo.

Alguns veem isso como o prenúncio de uma recessão. De fato, a "inversão da curva" precedeu em alguns meses todas as recessões americanas dos últimos 50 anos. E esta curva não estava tão plana desde 2007.

Alguns especialistas, incluindo o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, questionam, contudo, o poder de previsão dessa curva.

- Sinal vermelho -

"O maior risco de recessão é a guerra comercial, que poderia fazer os preços subirem e reduzir o consumo, à medida que o Fed aumentar suas taxas", disse o presidente do Meeschaert Financial Services, Gregori Volokhine.

O conflito entre Pequim e Washington ainda pode se agravar. Donald Trump agora ameaça taxar todos os produtos chineses importados nos Estados Unidos, uma medida que poderia debilitar ainda mais uma economia chinesa já ajustada.

Outro alerta é a crise enfrentada por vários países emergentes muito endividados - principalmente, Argentina e Turquia.

"Com a queda de sua moeda, é cada vez mais difícil para eles pagarem sua dívida em moeda estrangeira, o que eventualmente afetará o mundo inteiro", afirmou Tom Cahill, estrategista da Ventura Wealth Management.

Um temor transmitido pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, nesta quinta-feira: "A carga da dívida torna muitos governos mais vulneráveis às mudanças repentinas nas condições financeiras mundiais e às taxas de juros".

No aspecto político, as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, em novembro, vão funcionar como um referendo sobre Donald Trump e podem retomar debates sobre seu impeachment.

O vice-presidente Mike Pence "preservaria o legado econômico de Trump, mas lideraria um governo extremamente debilitado pelas dúvidas sobre a legitimidade da equipe administrativa, inclusive os seus", disse Low.

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