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Estado de Minas

Informações de satélite, uma ferramenta-chave para a causa ambientalista


postado em 13/09/2018 17:30

Toda semana, no estado do Pará, as autoridades recebem alertas que mostram que a área da floresta amazônica foi desmatada, hectare por hectare, com fotos que provam isso.

Diariamente às 10H30, pequenos satélites tiram estas fotos, que proporcionam um nível de detalhe que vai de três a cinco metros do solo. Um algoritmo detecta automaticamente as áreas desmatadas. As autoridades então mandam agentes para verificar e, se possível, prender os responsáveis antes de que tenham concluído seu delito.

"Antes demorávamos seis dias, ou dois meses, ou três meses", diz à AFP Iara Musse Felix, diretora da empresa SCCON, que comercializa este sistema de alertas para as regiões. "Agora temos imagens diárias".

Esta revolução no monitoramento das florestas e de toda a Terra é possível pela constelação de satélites implementada pela companhia Planet, que os produz em cadeia em San Francisco em uma nova fábrica apresentada esta semana com motivo da Cúpula Mundial de Ação Climática, que reúne governadores, prefeitos, empresários, especialistas e representantes de ONGs que buscam soluções para o aquecimento global.

Fundada em 2010 por três ex-funcionários da Nasa, é uma das empresas líderes na revolução dos nanossatélites, fáceis de produzir e de substituir, com uma vida útil de entre três e cinco anos.

Este modelo de negócio "descartável" é radicalmente oposto à indústria aeroespacial tradicional, que produz satélites grandes, altamente sofisticados e potentes que requerem anos de trabalho e centenas de milhões de dólares.

A Planet colocou quase 298 satélites em órbita desde 2013, metade deles no ano passado. Hoje tem 150 ativos, incluindo 130 nanossatélites. Os outros caíram em direção à Terra e se desintegraram ao entrar na atmosfera.

- Cada quilômetro quadrado -

Os nanossatélites são pequenos artefatos de 5 kg batizados de "Dove" (pombo em inglês).

"Um único técnico pode montar três Doves por dia", diz o diretor de fabricação da Planet, Chester Gillmore, de 33 anos, cinco deles na Planet. "Com só dez ferramentas", acrescenta. A companhia afirma poder fabricar 40 por semana.

Os componentes eletrônicos, padrões, chegam, são testados e montados. O formato do Dove é "Cubesat 3u", um cilindro de 30 cm de comprimento com uma câmera dentro e dois painéis solares nas laterais que são abertos quando está em órbita.

Seis Doves terminados serão enviados à Índia para ser carregados a bordo do foguete que os colocará em órbita, a 500 km de altitude.

"Estamos melhorando constantemente os satélites", explica à AFP o cofundador Robbie Schingler. "Trabalhamos com os últimos chips e tecnologias de outros setores, como o automotivo ou a eletrônica de consumo, e os adaptamos ao espaço".

O resultado é uma imagem diária de cada quilômetro quadrado da Terra, acessível pela internet.

A companhia ainda não obtém lucros, mas as aplicações futuras são muitas para todas as organizações que desejam monitorar o planeta diariamente, por exemplo para conhecer o estado dos cultivos em nível mundial e constatar o impacto de uma seca.

Outro projeto financiado pela fundação do bilionário Paul Allen, cofundador da Microsoft, consiste em monitorar os corais de cinco atóis. As câmeras dos nanossatélites podem ver melhor se os corais sofrem branqueamento, se estão morrendo ou crescendo.

Em relação à floresta amazônica, os desmatadores ilegais sabem que todos os dias, às 10H30 da manhã, os "pombos" os flagram com as mãos na massa.


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