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Estado de Minas

ELN acusa presidente da Colômbia de acabar com o processo de paz


postado em 10/09/2018 10:12

A guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) acusou o presidente da Colômbia, Iván Duque, de acabar com o processo de paz, ao não reconhecer acordo e apresentar "condições inaceitáveis" para retornar à mesa de diálogo em Cuba.

"Ao não reconhecer os acordos alcançados com o Estado e colocar, unilateralmente, condições inaceitáveis, este governo está encerrando esta mesa, acabando com o processo de diálogos e os esforços feitos há vários anos pelo ELN, a sociedade, o governo anterior e a comunidade internacional", afirma o site eln-voces.

O presidente Duque, que assumiu o poder no mês passado, afirmou no sábado que o plano de paz que era negociado em Cuba seria retomado pelo novo governo apenas se a guerrilha libertasse antes "todos os reféns".

O governante vinculou o destino das negociações iniciadas com o ELN por seu antecessor, o Nobel da Paz Juan Manuel Santos, não somente à libertação dos seis sequestrados de um grupo de nove que a guerrilha havia proposto, e sim à liberdade para todas as pessoas em poder do grupo.

Nesta segunda-feira, o governo da Colômbia afirmou que mantém o desejo de negociar a paz com o ELN.

"O governo colombiano segue expressando a vontade de paz, mas com fatos concretos e não com retórica", disse o Alto Comissário para a Paz, Miguel Ceballos, à rádio Caracol.

Em seu comunicado, o ELN afirma que conceder aos militares a gestão das libertações e negar um acordo para os protocolos de entrega colocariam em risco a vida dos reféns.

Com mais de 1.500 combatentes e uma extensa rede de apoio, o ELN ofereceu a libertação por conta própria e apesar da ausência de acordos de nove policiais, militares e civis sequestrados em agosto, ao final dos diálogos de um ano e meio com o ex-presidente Santos.

Na quarta-feira, a guerrilha entregou três militares, que segundo as autoridades haviam sido sequestrados quando estavam à paisana e desarmados em Arauca, perto da fronteira com a Venezuela.

"Assim que encontrarmos uma forma de superar as fortes operações das Forças Armadas em Chocó, cumpriremos com estas libertações que faltam", afirma um comunicado do ELN.

A guerrilha anunciou que libertaria em breve outros seis reféns sequestrados no departamento de Chocó (noroeste), mas denunciou que as operações militares na região dificultam os procedimentos.

Mas o governo Duque disse que ainda faltariam sete pessoas em cativeiro.

O governo calcula que pelo menos 16 reféns permanecem sob poder do ELN, que historicamente financia suas atividades com sequestros e extorsões para apoiar a rebelião armada de mais de meio século.

Reconhecida oficialmente como a última organização de guerrilha na Colômbia, as autoridades acreditam que o ELN também atua no narcotráfico e na mineração ilegal.

A guerrilha pediu a retomada do diálogo.

"Nós persistiremos neste processo de diálogo, nossa delegação (em Havana) segue ativa e à espera de sua continuidade. Seguiremos buscando saídas e opções de paz".

O ELN é a última guerrilha que resta no país depois do desarmamento e transformação em partido das FARC, que assinou um acordo de paz com Santos.


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