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Estado de Minas

Social-democracia vence na Suécia; extrema direita avança menos que o esperado


postado em 09/09/2018 19:06

A Suécia parecia resistir, neste domingo, à febre nacionalista que percorre a Europa após legislativas cruciais nas quais os social-democratas e a direita moderada obtinham 47% dos votos, enquanto a ultradireita avançava menos que o esperado e somava até 18 pontos percentuais.

A social-democracia do primeiro-ministro e ex-operário metalúrgico Stefan Lofven obtinha 28% dos votos com as urnas de metade dos distritos apuradas, o que a colocava no primeiro lugar, embora com três pontos percentuais a menos que nas eleições de 2014.

Já a agrupação conservadora Moderate obteria o segundo lugar, com 19,4% dos votos, cerca de três pontos a menos que nas eleições anteriores.

De acordo com estes resultados, antecipam-se intensas negociações para tentar formar governo entre social-democratas e ecologistas de um lado, com o centro e a direita moderada no outro.

Os resultados parciais atribuem 17,9% dos votos à ultradireita do Partido dos Democratas, que as pesquisas apontavam que obteria entre 20% e 25% dos votos - o que significa um avanço de quatro pontos em relação a 2014.

O primeiro-ministro havia apresentado estas legislativas como um "referendo para o Estado-providência", enquanto a extrema direita as transformou em um plebiscito contra sua política de imigração e de integração.

O utradireitista partido Democratas Suecos (SD) tinha feito campanha denunciando a chegada de centenas de milhares de solicitantes de asilo como uma ameaça "cultural".

Cerca de 7,5 milhões de eleitores suecos estavam convocados às urnas, que abriram às 08H00 e fecharam às 20h00 (15h00 em Brasília).

- "Forças do ódio" -

O primeiro-ministro afirmou, ao votar neste domingo, que "os social-democratas, e um governo conduzido por eles, são a garantia de que os Democratas Suecos, um partido extremista e racista, não tenham influência no Executivo".

O líder da extrema direita, Jimmie Åkesson, votou na Prefeitura de Estocolmo e retuitou uma mensagem de seu partido em que convocou a "votar pela Suécia".

A Suécia, com 18,5% de seus habitantes nascidos no exterior, registrou 160.000 solicitações de asilo só em 2015, a maior proporção na Europa em relação ao número de habitantes. Desde 2012 recebeu 400.000 pedidos de asilo no total.

Na véspera das eleições, Löfven denunciou as "forças do ódio" e instou os eleitores a ficarem "no lado bom da história". O líder dos conservadores, Ulf Kristersson, chamou a "uma cooperação além das linhas partidárias para isolar as forças" que defendem "a retirada".

Nenhum grupo parece poder obter, segundo estas pesquisas, mais de 50% dos 349 assentos em disputa no Riksdag, de modo que seriam necessários dias ou até semanas de negociações para alcançar uma maioria ou a menos fraca das alianças em minoria.

Löfven conseguiu manter seu governo minoritário até o fim assumindo compromissos com a direita, sobretudo em termos de política energética.

Mas a oposição está determinada a tirá-lo do poder, embora isso dinamite o cordão de segurança que até agora evitou que os Democratas Suecos tenham uma influência política direta.

A estratégia pode ser arriscada, e tanto centristas como liberais asseguraram sua rejeição a um pacto com "o diabo", como o próprio líder dos Democratas Suecos se descreve.


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