A social-democracia, no poder na Suécia, vencia as cruciais legislativas do país neste domingo, coincidiram duas pesquisas de boca de urna, enquanto a ultradireita avançava lentamente e se anunciava como a terceira força, um resultado abaixo do que se previa.
O partido Social-democrata seria o mais votado com 25,4% dos votos, uma perda de mais de cinco pontos em relação a quatro anos atrás, apontou uma pesquisa da televisão TV4. Por sua vez, a ultradireita avançou pouco mais de três pontos e obteria 16,3% dos votos, ficando em terceiro lugar.
Já a agrupação conservadora Moderate obteria o segundo lugar, com 18,4% dos votos, cerca de quatro pontos a menos que nas eleições anteriores.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, havia apresentado estas legislativas como um "referendo para o Estado-providência", enquanto a extrema direita as transformou em um plebiscito contra sua política de imigração e de integração.
Para a social-democracia, o resultado de hoje é o mais baixo em um século, tanto considerando as cifras da TV4 como as da rede estatal de televisão SVT, que atribuiu ao governo 26,2% dos votos.
O utradireitista partido Democratas Suecos (SD), ao que algumas pesquisas anteriores à eleição davam entre 20 e 25% das intenções de voto, ficaria em torno aos 16 pontos, com um avanço muito menor que o esperado.
O SD tinha feito campanha denunciando a chegada de centenas de milhares de solicitantes de asilo como uma ameaça "cultural".
Cerca de 7,5 milhões de eleitores suecos estavam convocados às urnas, que abriram às 08H00 e fecharam às 20h00 (15h00 em Brasília).
- "Forças do ódio" -
Segundo o primeiro-ministro sueco, ex-operário metalúrgico de 61 anos, "os social-democratas, e um governo conduzido por eles, são a garantia de que os Democratas Suecos, um partido extremista e racista, não tenham influência no executivo", declarou no domingo após votar.
O líder da extrema direita, Jimmie Åkesson, votou na prefeitura de Estocolmo e retuitou uma mensagem de seu partido em que chamou a "votar pela Suécia".
Suécia, com 18,5% de seus habitantes nascidos no exterior, registrou 160.000 solicitações de asilo só em 2015, a maior proporção na Europa em relação ao número de habitantes. Desde 2012 recebeu 400.000 pedidos de asilo no total.
Na véspera das eleições, Löfven denunciou as "forças do ódio" e instou os eleitores a ficarem "no lado bom da história". O líder dos conservadores, Ulf Kristersson, chamou a "uma cooperação além das linhas partidárias para isolar as forças" que defendem "a retirada".
Nenhum grupo parece poder obter, segundo estas pesquisas, mais de 50% dos 349 assentos em disputa no Riksdag, de modo que seriam necessários dias ou inclusive semanas de negociações para alcançar uma maioria ou a menos fraca das alianças em minoria.
Stefan Löfven conseguiu manter seu governo minoritário até o final assumindo compromissos com a direita, sobretudo em termos de política energética.
Mas a oposição está determinada a tirá-lo do poder, embora isso dinamite o cordão de segurança que até agora evitou que os Democratas Suecos tenham uma influência política direta.
A estratégia pode ser arriscada, e tanto centristas como liberais asseguraram sua rejeição a um pacto com "o diabo", como o próprio líder dos Democratas Suecos se descreve.