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Estado de Minas

Iraque faz reunião de crise para Basra, e parlamentares pedem renúncia


postado em 08/09/2018 12:54

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, denunciou neste sábado (8) uma "sabotagem política" em Basra, enquanto parlamentares adversário pediram sua renúncia.

Esta semana, 12 pessoas morreram em Basra em manifestações violentas convocadas para solucionar o caos social que impera no país.

O chefe do governo iraquiano discursou no Parlamento junto a vários de seus ministros. Ele insistiu em fazer uma distinção entre o que denunciou como "a dimensão política" do movimento e o "assunto dos serviços públicos".

Mais tarde, as duas listas parlamentares que lideraram as eleições legislativas de maio, incluindo a do líder populista iraquiano Moqtada Sadr, pediram a renúncia de Al-Abadi.

"Estamos pedindo ao governo que peça desculpas ao povo e renuncie imediatamente", disse Hassan al-Aqouli, vice-porta-voz da lista "Marcha pela Reforma", de Sadr.

Ahmed al-Assadi, porta-voz da Aliança da Conquista, que reúne antigos combatentes antiextremistas, denunciou "o fracasso do governo em resolver a crise em Basra".

Os manifestantes da região reclamam sua parte da receita gerada pelo petróleo - 7,7 bilhões de dólares em agosto - em uma província que não sofreu a recente guerra contra o Estado Islâmico, mas que atravessa uma crise de saúde sem precedentes, agravada por um escândalo de contaminação da água que levou 30.000 pessoas ao hospital.

Desde terça-feira manifestantes atacam as sedes das instituições públicas, casas de autoridades e partidos. Na sexta (7), entraram no prédio de uma jazida petrolífera no norte de Basra.

Diante de 172 deputados dos 329 eleitos em maio, os ministros encarregados das forças de ordem garantiram ter tomado medidas adequadas, mas suas tropas são acusadas por defensores dos direitos humanos por sua atuação durante as manifestações de Basra.

Pelo menos 27 pessoas morreram desde o início dos distúrbios em julho - 12 delas nos últimos sete dias.

- Mais violência -

Um dos reflexos da tensão entre Bagdá e esta região costeira foi o duro enfrentamento entre Abadi e o governador de Basra, Asaad Al-Eidani, presente no Parlamento.

Este último acusou o chefe de governo de não ter considerado a amplitude da crise, enquanto Abadi respondeu que o lugar de Eidani era em Basra, mais do que em Bagdá.

A cidade petroleira viveu, nesta sexta, mais uma noite marcada por sangue e fogo, e o governo anunciou a destinação de novos fundos para amenizar a crise.

Manifestantes garantem, porém, que os fundos de urgência - anunciados desde julho - ainda não chegaram.

Neste sábado, a situação continuava tensa: quatro foguetes caíram durante a manhã no aeroporto de Basra, mas não afetaram o tráfego. A origem dos disparos é desconhecida.

Cansada de esperar por serviços públicos eficazes e pela demissão de líderes corruptos, a população de Basra retomou os protestos que haviam começado no início de julho e que foram temporariamente parados por promessas do governo de investir milhões de dólares para melhorar a situação.

Essa raiva popular foi exacerbada por uma seca que reduz drasticamente a produção agrícola.

Centenas de manifestantes incendiaram o consulado iraniano em Basra na sexta-feira, assim como inúmeras sedes de instituições públicas, ou de partidos políticos.

Em Teerã, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Bahram Ghassemi denunciou um "ataque selvagem", segundo a agência de notícias iraniana Fars.

- 'Parálise' -

Essa crise ocorre em um momento de paralisia política em Bagdá.

Após longos meses de recontagem dos votos das eleições legislativas de maio, o Parlamento iraquiano não chegou a um acordo para eleger seu presidente em sua sessão de abertura na segunda-feira.

Moqtada Sadr, ex-chefe de milícia que se tornou defensor das manifestações anticorrupção, deu aos ministros e deputados um prazo para se reunirem até o domingo. Caso contrário, "que deixem seus postos", ameaçou.

Já o grande aiatolá Ali Sistani, a mais alta autoridade religiosa xiita do país, denunciou na sexta, em um sermão pronunciado por um representante, "o mau comportamento dos altos dirigentes".


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