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Estado de Minas

Em recuperação, Bolsonaro monopoliza campanha eleitoral


postado em 07/09/2018 17:36

O candidato à presidência Jair Bolsonaro agradeceu, nesta sexta-feira (7), do Hospital Albert Einstein, o apoio de seus seguidores, um dia após ser ferido por uma facada durante um comício eleitoral em Juiz de Fora.

"Estou bem e me recuperando", tuitou o candidato da UTI hospitalar em São Paulo.

"Agradeço do fundo do meu coração a Deus, minha esposa e filhos, que estão ao meu lado, aos médicos que cuidam de mim (...) e a todos pelo apoio e orações", afirmou o deputado.

Bolsonaro foi transferido na manhã desta sexta para São Paulo da Santa Casa de Juiz de Fora, onde recebeu a facada que provocou três perfurações no intestino delgado, uma lesão grave no intestino grosso e outra na veia abdominal.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) "está consciente e em boas condições clínicas", informou o Albert Einstein nesta tarde.

A Polícia Federal investiga se o autor do ataque, identificado como Adélio Bispo de Oliveira, ex-militante do partido de esquerda PSOL, contou com cúmplices. Após ser preso, ele disse à polícia que agiu "cumprindo uma missão divina, uma missão de Deus".

- Campanha se agita -

O atentado agitou uma das campanhas eleitorais mais polarizadas e incertas das últimas décadas.

O ex-militar, em vídeo gravado e divulgado na quinta-feira por um senador aliado após sua cirurgia, lamentou não assistir ao desfile militar desta sexta no Rio de Janeiro por ocasião do Dia da Independência.

"Mas estamos com coração e mente, sempre tendo um Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", afirmou.

O atentado, segundo analistas, poderia ajudar Bolsonaro a reduzir a rejeição dos eleitores, além de reforçar o apoio de seus seguidores.

Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva polarizaram a campanha, até que o ex-presidente, preso desde abril por corrupção, foi excluído na semana passada da corrida presidencial pela Justiça eleitoral.

Até aquele momento, Bolsonaro aparecia em segundo nas pesquisas, mas agora lidera com 22% das intenções de voto, como aponta a pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (5), à frente de Ciro Gomes e de Marina Silva que, no entanto, conseguiriam derrotá-lo no segundo turno.

Mas esse ataque pode redistribuir as cartas.

Ele já conseguiu uma presença mais forte na mídia, que compensa os poucos segundos de propaganda televisiva a que tem direito.

"O ataque sofrido poderia ajudar Bolsonaro a superar sua alta taxa de rejeição", que passa dos 40%, apontou Jimena Blanco, analista da Verisk Maplecroft.

As eleições de outubro devem concluir um mandato intenso, marcado pelo impeachment, em 2016, da presidente Dilma Rousseff, pela prisão de Lula, pela recessão econômica de dois anos e por diversos escândalos de corrupção, alcançando inclusive o atual presidente, Michel Temer.

Na última semana, o descontentamento nacional aumentou, com o incêndio do Museu Nacional do Rio, que continha a maior coleção de história natural da América do Sul, acumulada ao longo de dois séculos.

"Em cinco dias nós tivemos a pior tragédia da história da ciência brasileira, com a destruição do Museu Nacional, e o gesto mais violento numa eleição presidencial no país, e tudo isso na semana da Independência. Claro que este 7 de setembro vai ser marcado por muita tristeza, por sentimentos de luto e de preocupação" , disse à AFP o cientista político Maurício Santoro.


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