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Estado de Minas

Pesquisas antecipam auge da extrema-direita em legislativas suecas


postado em 07/09/2018 10:36

As pesquisas antecipam um grande crescimento da extrema-direita anti-imigração nas eleições legislativas de 9 de setembro na Suécia, em detrimento dos partidos tradicionais, ameaçados por um voto de punição.

Os social-democratas provavelmente continuarão sendo o primeiro partido do país se, junto com os outros dois partidos de esquerda (ex-comunistas e ecologistas), ultrapassarem a aliança de direita.

Mas o Partido Social-Democrata, que tem dominado a política sueca nas últimas décadas, poderia obter o seu pior resultado em mais de um século, à frente do Partido Moderado (conservador) e da formação de extrema-direita Democratas da Suécia (SD).

De acordo com uma pesquisa do instituto Skop publicada no domingo, os social-democratas devem alcançar 23,8% dos votos, superando o SD (20%) e os conservadores (17%). Outras pesquisas apontam a formação anti-imigração em terceiro lugar.

Com 40,6% dos votos, a esquerda superaria a direita por quatro pontos.

O que acontece nesse reino luterano sedento de igualdade e consenso para que um partido que emergiu do movimento neonazista "imponha sua agenda", segundo as palavras do cientista político Ulf Bjereld?

A Suécia de 2018 continua a apresentar seu retrato habitual com seu grande número de carrinhos de bebê empurrados por pais jovens, seus ciclistas e suas onipresentes bandeiras amarelas e azuis nas varandas e vitrines das lojas.

Mas os cartazes da campanha refletem uma mudança de tom no debate público, com lemas como "Não ao chamado para a oração", "Fale sueco para ser sueco, não é óbvio?" ou "Odiar-se ou falar-se?"

Qualquer que seja o resultado, serão necessárias intensas negociações para alcançar uma coalizão de governo, que provavelmente será minoritária e deverá procurar apoios no Parlamento.

- Voto de castigo -

O SD pretende aproveitar a situação, embora não tenha chance de entrar em um governo enquanto resistirem os partidos tradicionais.

"Vamos fazer valer nossas condições e destacar nossos pontos de vista sobre a política de imigração, a luta contra o crime, a saúde", advertiu Jimmie Åkesson, líder do partido de extrema direita, em entrevista à AFP.

Sua formação atrai tanto os eleitores conservadores quanto os social-democratas e membros da poderosa confederação sindical LO.

Trabalhadores com seus baixos salários, aposentados e pessoas que votam pela primeira vez acusam o primeiro-ministro Stefan Löfven de ter hipotecado seu bem-estar ao abrir as fronteiras aos requerentes de asilo, considerados "como uma ameaça econômica e cultural", analisa o sociólogo Jens Rydgren.

A Suécia, um país de 10 milhões de habitantes, recebeu 400.000 requerentes de asilo desde 2012, primeiro sob o governo de centro-direita de Fredrik Reinfeldt, e depois com o executivo de centro-esquerda de Löfven.

Longe das cidades, focos de crescimento e inovação, mais e mais eleitores são seduzidos pelo discurso nacionalista dos Democratas da Suécia que querem tirar o país da União Europeia, um 'Svexit'.

"Pertencem sobretudo aos setores do transporte e da construção, que empregam muitos trabalhadores europeus deslocados aos quais pagam o salário mínimo do setor", explica o sociólogo Anders Kjellberg. "Mas esse salário é muito inferior ao fixado por acordos coletivos".

Até um terço dos filiados ao LO se diz disposto a votar na extrema-direita, indicam várias pesquisas.

- Crise de identidade -

Após oito anos de políticas liberais, Stefan Löfven se apresentou em 2014 como um homem de consenso, capaz de reconciliar o país, de acordo com os cânones da social-democracia sueca, a competitividade e a justiça social.

Quatro anos depois, o primeiro-ministro apresenta um balanço com luzes e sombras. Embora o desemprego esteja em seu nível mais baixo nos últimos 10 anos e o crescimento seja forte, o sistema de saúde se deteriora, as desigualdades sociais crescem e a segregação aumenta nos subúrbios, onde ajustes de contas entre gangues rivais deixaram 40 mortos ano passado.

"O centro do poder foi deslocado por causa da UE, da globalização e da digitalização, e os social-democratas não podem mais cumprir suas promessas", assegura o prestigioso jornal liberal Dagens Nyheter.

O principal rival de Löfven nas eleições será certamente o líder conservador Ulf Kristersson.


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