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Estado de Minas

Província de Idlib, alvo do regime sírio há vários meses


postado em 05/09/2018 10:48

Após as vitórias do regime de Bashar al-Assad e de seu aliado russo reportadas nos últimos meses perto da capital Damasco e do sul da Síria, é a província de Idlib que agora está na mira das autoridades.

Dominada pelos extremistas do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), esta província do noroeste da Síria acolheu nos últimos anos dezenas de milhares de rebeldes e civis evacuados de outros redutos insurgentes recuperados pelo regime.

- Próxima Aleppo -

Em 15 de dezembro de 2016, o enviado da ONU Staffan de Mistura avisa que a cidade de Idlib corre o risco de se tornar "a próxima Aleppo". A segunda cidade da Síria foi retomada nesse mesmo mês pelo governo após uma ofensiva devastadora.

Já em outubro, o presidente Assad diz que usaria uma vitória em Aleppo como um "degrau" para capturar outros redutos rebeldes.

- Ofensiva na periferia -

Um ano depois, em dezembro de 2017, as forças do regime, apoiadas pela aviação russa, iniciaram uma operação nos arredores da província de Idlib.

O objetivo do regime é conquistar o sudeste de Idlib para garantir uma estrada que liga Aleppo à capital Damasco, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Várias semanas de combates permitiram que o regime assumisse o controle de cerca de 400 localidades, bem como o aeroporto militar de Abu Duhur.

- Seis vezes pior -

Em 16 de maio de 2018, Staffan de Mistura diz que, "se o cenário de Ghuta se repetir para Idlib, pode ser seis vezes pior" em termos de destruição e baixas.

Ghuta Oriental, uma fortaleza insurgente às portas de Damasco, foi reconquistada pelo regime depois de uma ofensiva destrutiva que matou mais de 1.700 civis, segundo o OSDH.

O cenário se tornou clássico, de acordo com o funcionário da ONU: bombardeios, negociações e evacuações. Mas, em Idlib, há mais de dois milhões de pessoas, "metade das quais já está deslocada e não tem para onde ir".

- O objetivo Idlib -

Em 26 de julho de 2018, Bashar al-Assad declara: "Idlib agora é nosso objetivo, mas não é o único".

"O Exército, a seu critério, decidirá as prioridades, e Idlib é uma de suas prioridades", acrescentou.

- Bombardeios -

Em 9 de agosto, as forças do regime bombardearam posições rebeldes e jihadistas na província e lançaram panfletos, pedindo a rendição dos habitantes.

"Esses bombardeios são o prelúdio de um ataque, mas não há progressos no terreno", segundo o OSDH.

Reforços militares, incluindo soldados, equipamentos, veículos e munições, migram para a região.

Em 22 de agosto, o grupo jihadista Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) alertou os grupos rebeldes contra qualquer acordo de "reconciliação" com Damasco, como os que foram concluídos em outros redutos insurgentes.

- Abcesso -

Em 24 de agosto, em visita a Moscou, o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, alertou contra uma "catástrofe", em caso de ofensiva.

No dia 29, seu colega russo, Serguei Lavrov, disse esperar que os países ocidentais não "impeçam a operação antiterrorista" em Idlib.

"É importante preparar uma operação contra os terroristas, minimizando ao máximo os riscos para a população. É necessário liquidar este abcesso", afirma.

- 'Catástrofe humanitária' -

Em 29 de agosto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta para "os riscos crescentes de uma catástrofe humanitária no caso de uma operação militar em grande escala" na província.

A ONU teme até 800 mil pessoas deslocadas no caso de uma ofensiva.

No dia 30, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Mouallem, afirmou em Moscou que o regime está determinado a "liberar todo o território sírio", apesar do risco de "agressão" ocidental.

Estados Unidos, França e Reino Unido alertaram recentemente a Damasco que não permitirão a impunidade por qualquer uso de armas químicas em Idlib.

Em 3 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adverte contra uma "tragédia humana".

No dia seguinte, em Moscou, o Kremlin anuncia que o Exército sírio "está prestes a resolver" o problema do "terrorismo" em Idlib, enquanto a ONU novamente expressa seus temores de um "banho de sangue".

Presidente em exercício do Conselho de Segurança, Washington anuncia para sexta-feira uma reunião sobre a situação em Idlib.


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