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Estado de Minas

Reino Unido pede a UE e EUA irem além para fazer frente à Rússia


postado em 21/08/2018 19:30

O novo chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, exortou nesta terça-feira (21) Estados Unidos e União Europeia a irem além para contrabalançar a Rússia, pedindo sanções mais duras no âmbito da União Europeia.

A atitude russa, "agressiva e maliciosa", "socava a ordem internacional que deve nos proteger", denunciou Hunt nesta terça em Washington, em seu primeiro grande discurso de política externa desde que foi nomeado, em julho.

O envenenamento, no começo de março, em Salisbury, Inglaterra, do ex-espião russo Serguei Skripal, atribuído pelas autoridades britânicas aos russos, mergulhou os dois países em uma grave crise diplomática.

Hunt elogiou a "resposta forte e unitária" das capitais ocidentais, que expulsaram de forma coordenada muitos diplomatas russos. E destacou que os Estados Unidos tinham "ido além" ao anunciar sanções econômicas no caso Skripal, que se somaram às medidas punitivas para denunciar a anexação da Crimeia pela Rússia ou a interferência de Moscou nas eleições presidenciais americanas.

"O Reino Unido chama seus aliados a irem além, ao pedir à União Europeia que garanta que suas sanções contra a Rússia sejam integrais, e que realmente estejamos ombro a ombro com os Estados Unidos", disse.

Embora os europeus já tenham tomado medidas muito, muito fortes, lembrou que "este ataque ocorreu em solo europeu" e lamentou que só "os Estados Unidos e não a Europa" tenham anunciado sanções econômicas nesta etapa.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, ironizou o "colega britânico" que, assegurou, tem "uma autoestima bem elevada".

"Um país que renuncia à União Europeia através do Brexit pretende ditar a política externa dessa União Europeia", alfinetou.

"E agora, Londres também quer ditar a política externa de Washington com relação à Rússia", tentando "convencer Donald Trump para que fortaleça as sanções", acrescentou Lavrov, citado pela agência Ria Novosti.

- "Brexit caótico" -

A mensagem de firmeza mostrada pelo governo americano frequentemente vai de encontro ao desejo do presidente Donald Trump de melhorar as relações com a Rússia. Sua cúpula em Helsinque, em julho, durante a qual foi muito conciliador com seu contraparte russo, Vladimir Putin, foi particularmente criticada.

Em Washington, antes de se reunir com o secretário de Estado, Mike Pompeo, na quarta-feira, Hunt foi considerado com Trump e sua "diferente forma" de se aproximar da diplomacia, considerando que é preciso "ver o que faz e não só o que diz".

Mas também destacou certas ambiguidades da política externa do presidente americano.

"É incrivelmente importante ter um diálogo" com Moscou, que é "uma grande potência nuclear", reconheceu. "Mas também devemos ser francos: a política externa da Rússia com o presidente Putin faz com que o mundo seja mais perigoso", advertiu.

Hunt também enviou uma nova advertência à União Europeia sobre o Brexit.

"Uma das maiores ameaças para a segurança europeia seria um Brexit caótico sem acordo", disse. "O risco de um divórcio desorganizado" seria "um abismo nas relações entre os aliados europeus que não cicatrizaria antes de uma geração, um erro geoestratégico para a Europa em um momento muito vulnerável da nossa história", acrescentou o sucessor de Boris Johnson em meio a desavenças dentro do governo britânico sobre a gestão do Brexit.

O resultado das discussões sobre o Brexit, que deveria levar a um acordo no fim de outubro, antes da separação programada para 29 de março de 2019, continua sendo incerto, com Bruxelas inflexível apesar do novo plano de saída da primeira-ministra, Theresa May.

"Chegou o momento de que a Comissão Europeia considere com a mente aberta as propostas honestas e construtivas da primeira-ministra", disse Hunt.


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