O líder do Hamas, Ismail Haniya, disse nesta terça-feira que a suspensão do bloqueio por parte de Israel à Faixa de Gaza, enclave palestino controlado pelo movimento islamita, se encontra "ao alcance das mãos".
Há várias semanas, o Egito e a ONU têm tentado estabelecer um cessar-fogo duradeiro entre Hamas e Israel depois de vários meses de tensão e violência.
A suspensão do bloqueio israelense, que asfixiou o pequeno território durante mais de uma década, é um dos temas em discussão.
Israel justifica este bloqueio pela necessidade de conter o Hamas, um de seus grandes inimigos, com quem travou três guerras em uma década.
A Faixa de Gaza é cenário desde 30 de março de manifestações ao longo da fronteira com Israel, exigindo a suspensão do bloqueio e direito de retorno dos palestinos que foram expulsos ou que fugiram de suas terras quando Israel, em 1948.
"Graças a essas manifestações a à resistência, a suspensão do injusto bloqueio está ao alcance das mãos", disse Haniya a milhares de fiéis reunidos em Gaza para a tradicional comemoração del Eid al Adha, a grande celebração muçulmana do Sacrifício.
Sem mencionar explicitamente o cessar-fogo com Israel, afirmou que um acordo seria o resultado de um "consenso nacional", aparentemente em resposta aos protestos da Autoridade Palestina, que se manteve até agora à margem das discussões celebradas sob a égide do Cairo e da ONU.
Hamas e Fatah, partido do presidente palestino Mahmud Abbas, mantêm relaciones tensas desde que o movimento islamita tomou o controle da Faixa de Gaza após uma violenta disputa em 2007.
Ismail Haniya disse que se chegaria a um acordo com a ajuda dos países árabes, para garantir "a implementação do que se decidiu".
"Estamos no bom caminho para terminar com este injusto bloqueio em Gaza, não graças ao ocupante mas pela resistência", destacou.
Pelo menos 171 morreram por causa de disparos israelenses desde 30 de março. Um soldado israelense foi abatido.