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Estado de Minas

Contagem regressiva para lançamento da sonda Parker em direção ao Sol


postado em 10/08/2018 17:48

Começou a contagem regressiva para o lançamento, neste sábado, da sonda Parker que, graças a seu escudo ultrarresistente e ao empenho da Nasa e da comunidade científica, tentará atravessar a atmosfera solar.

Do tamanho de um automóvel e com um custo de 1,5 bilhão de dólares, a Parker Solar Probe será lançada a bordo do foguete Delta IV Heavy de Cabo Canaveral, na Flórida, nas primeiras horas do sábado.

A janela de lançamento, com uma duração de 65 minutos, se abrirá às 03H33 locais (04H33 em Brasília). Segundo a Agência Espacial dos Estados Unidos, as condições climáticas são atualmente 70% favoráveis para o lançamento.

Se alcançar seu objetivo, Parker se tornará o primeiro aparelho construído por humanos que enfrentará as condições infernais da coroa, a parte mais externa da atmosfera do Sol, passando a 6,2 milhões de km da superfície da estrela.

Aproximando-se mais do Sol que qualquer nave espacial na história, o objetivo principal da sonda é esquadrinhar os segredos da coroa, a atmosfera incomum desta estrela.

A coroa do Sol não só é 300 vezes mais quente que sua superfície, mas também emite poderosos plasmas e partículas energéticas que podem liberar tempestades geomagnéticas espaciais, causando estragos na Terra ao interromper a rede elétrica.

Mas se sabe pouco sobre estas explosões solares.

"Parker Solar Probe nos ajudará a fazer um trabalho melhor ao prever quando ocorrerá uma perturbação dos ventos solares que poderia afetar a Terra", disse Justin Kasper, um dos cientistas do projeto e professor da Universidade de Michigan.

Durante os sete anos que durará a missão, está previsto que Parker cruze 24 vezes a coroa, cerca de 300 vezes mais quente que a superfície do Sol.

"A sonda Parker poderia nos ajudar a prever melhor quando uma tempestade solar poderia atingir a Terra", diz Justin Kasper, cientista do projeto e professor da Universidade de Michigan.

Como um sinal do interesse posto nesta missão, Parker é a única nave da Nasa que leva o nome de um cientista ainda vivo, o famoso astrofísico Eugene Parker, que agora tem 91 anos.

Ele foi o primeiro a desenvolver a teoria dos ventos solares supersônicos em 1958, que será estudada agora por esta sonda que leva seu nome, ante a qual se disse "impressionado".

- Escutar o sol -

A nave está protegida por um escudo composto de carbono de uma dúzia de centímetros de espessura que deve proteger os instrumentos científicos que ela transporta de uma temperatura de quase 1.400 graus centígrados. Dentro da sonda, no entanto, a temperatura deveria ser de apenas 29 graus.

"O Sol está cheio de mistérios", comentou Nicky Fox, membro do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e cientista responsável da missão. "Estamos prontos (...) Sabemos quais são as perguntas para as que queremos respostas".

Há mais de 60 anos os cientistas sonham em construir uma máquina desse tipo, mas só recentemente a tecnologia permitiu fabricar o escudo necessário, acrescenta.

As ferramentas da sonda devem medir as partículas de alta energia, as flutuações magnéticas e tirar fotos para compreender melhor esta coroa, que é "um entorno muito estranho e pouco familiar para nós", afirmou Alex Young, especialista em Sol da Nasa.

"Também escutaremos as ondas de plasma que sabemos que estão circulando quando as partículas se movem", acrescenta Nicky Fox.

Quando ela estiver perto do Sol, Parker viajará rápido o suficiente para percorrer o equivalente a uma viagem de Nova York a Tóquio em apenas um minuto. Uma velocidade de 700.000 km/h, o que o torna o objeto mais rápido construído pelo homem.


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