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Estado de Minas

Pecuaristas australianos enfrentam pior seca em 'mais de 50 anos'


postado em 08/08/2018 17:12

Não é só a Europa que sofre. Na Austrália, uma seca inusitada queima cultivos, dizima rebanhos e causa estragos na economia de agricultores e pecuaristas.

O país está habituado aos fortes calores e seus habitantes desenvolveram uma notável capacidade de resiliência. Mas os episódios de seca que vivem atualmente algumas regiões do leste da Austrália são os piores em meio século.

As escassas chuvas que caíram no início desta semana aliviaram apenas levemente as consequências das altas temperaturas, que reduziram a pó grandes extensões de cultivos e de pastos.

Ante a escassez de ração, os pecuaristas têm que comprar grãos ou fazer com que lhes transportem feno de outras regiões do país para alimentar seus animais, o que os obriga a gastar a cada semana milhares de dólares australianos a mais.

Alguns passam horas alimentando seu gado com as mãos e outros se viram obrigados a sacrificar os animais.

"Matam-os porque não querem que sofram. Sacrificam-os porque já não podem se permitir alimentá-los", explica à AFP Tash Johnston, cofundadora da associação Drought Angels.

Os agricultores também se veem obrigados a racionar a água tanto para sua família como para seus rebanhos, já que seus poços estão praticamente secos.

- Ajuda psicológica -

Alguns já preveem abandonar algumas propriedades pelas quais passaram várias gerações antes deles.

Esta situação se repete em várias regiões do estado de Nova Gales do Sul, onde a agricultura emprega mais de 77.000 pessoas e gera mais de 15 bilhões de dólares australianos (9,5 bilhões de euros, US$ 11,125 bilhões) por ano.

Na quarta-feira, as autoridades declararam formalmente o estado de seca no conjunto do Estado.

As condições também são difíceis no estado de Queensland (norte), cujas autoridades afirmam que a seca afeta 60% das terras.

"Seria a primeira vez em duas gerações, desde os anos 1930, em que não teríamos colheitas de outono ou de inverno", diz à AFP Greg Stones, proprietário de uma fazenda próxima a Gunnedah, a cinco horas ao norte de Sydney.

Em resposta às dificuldades financeiras de seus agricultores, o governo anunciou no fim de semana ajudas de emergência no valor de 190 milhões de dólares australianos, que incluem a entrega de dois pacotes de até 12.000 dólares (7.700 euros; US$ 8.900) por lar.

Também foi desbloqueado dinheiro para os serviços de ajuda psicológica, para apoiar agricultores que com frequência vivem muito isolados, já que as autoridades temem um aumento dos suicídios.

- Banhos de três minutos -

"Esta seca é a mais longa e mais extensa que vimos em mais de 50 anos, por isso devemos lhes dar uma ajuda suplementar", declarou recentemente o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull.

James Jackson, presidente da federação de agricultores de Nova Gales do Sul, saudou as medidas do governo, mas solicitou que sejam prolongadas.

Para outros, chegam tarde e são insuficientes.

"Todos os gurus do clima [...] são incapazes de nos dizer quando terminará a seca", aponta Col Barton, cuja família tem uma fazenda no leste de Gunnedah desde 1938.

Os serviços meteorológicos australianos afirmam que o fim do calvário não está perto.

Enquanto isso, as cidades também enfrentam esta escassez de chuvas.

Murrurundi, 300 km ao norte de Sydney, recebeu menos de 170 mm de chuvas neste ano e poderia não ter água potável nos próximos meses. Por isso foram decretadas restrições, como banhos de menos de três minutos e um máximo de duas lavagens de roupa por semana.


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