Jornal Estado de Minas

China Tower não deslancha na maior estreia na Bolsa desde 2016

O grupo público chinês China Tower teve uma presença tímida no pregão de Hong Kong, nesta quarta-feira (8), no primeiro dia de cotação de suas ações, a maior estreia mundial de uma empresa na Bolsa desde 2016.

Depois de sua primeira sessão na Bolsa, a ação da gigante mundial de telecomunicações era cotada a 1,26 dólar de Hong Kong (US$ 0,16), o mesmo preço de introdução.

O grupo público arrecadou 6,9 bilhões de dólares em seu lançamento na Bolsa (IPO) de Hong Kong, uma cifra abaixo das expectativas.

A empresa emitiu 43,1 bilhões de ações, com um preço inicial de 1,26 dólar local, ficando no menor nível previsto pelo grupo, entre 1,26 e 1,58 dólar de Hong Kong.

Embora o lançamento da China Tower no mercado de ações de Hong Kong tenha sido muito comentado ao longo dos últimos anos, investidores mostraram pouca confiança, diante das tensões causadas pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e suas repercussões no mercado mundial.

A China Tower é o segundo grupo chinês lançado com desempenho decepcionante. A fabricante de celulares Xiaomi também teve uma estreia difícil há algumas semanas na Bolsa de Hong Kong.

- Tecnologia 5G decolando -

No entanto, o IPO da China Tower é o mais importante desde o Postal Savings Bank of China e seus 7,6 bilhões de dólares em 2016, de acordo com dados da agência Bloomberg.

Segundo analistas, alguns investidores consideram a China Tower como um valor seguro no mercado de telefonia móvel, porque tem o apoio das autoridades chinesas. Outros defendem que essa mesma falta de concorrência prejudicará o crescimento do grupo.

Nos documentos apresentados para seu IPO, a China Tower informou que planejava "pesquisar e desenvolver novas tecnologias e infraestruturas de torres de telecomunicações para responder às necessidades de novas tecnologias", particularmente as redes 5G.

Jackson Wong, da Huarong International Securities, descreveu como "razoável" o crescimento fraco das ações da China Tower em sua estreia devido à tendência geral dos mercados.

Segundo este analista, a China Tower deve se beneficiar da política do governo chinês favorável à expansão das redes 5G.

Embora a aposta da empresa não seja "realmente atraente", "a China quer promover o 5G, e isso permite prever que os dividendos do grupo serão elevados", disse Wong.

De acordo com um estudo do Analysys Mason, publicado em abril, a China é o país mais avançado na implementação da tecnologia 5G.

Eles planejam inaugurar o 5G no começo do próximo ano, com o lançamento de um celular compatível com esta tecnologia pela fabricante Huawei.

Contudo, as multinacionais chinesas vão comercializar a tecnologia de forma muito mais limitada no mercado americano.

A China Tower nasceu da fusão, em 2014, das atividades das torres de telecomunicações dos grupos públicos China Mobile, China Unicom e China Telecom.

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