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Estado de Minas

Mianmar recorda 30º aniversário da revolta popular contra junta militar


postado em 08/08/2018 11:42

Cerca de duas mil pessoas, principalmente ex-estudantes e ex-militares, reuniram-se nesta quarta-feira (8), em Yangun, para recordar o 30º aniversário da revolta popular de 1988 reprimida pelos militares.

A reunião aconteceu dentro do perímetro da Universidade de Yangun, cujas portas estavam decoradas para a ocasião com a bandeira vermelha com o desenho de um pavão real, emblema do movimento que organizou os protestos há 30 anos.

Em março de 1988, foram registradas manifestações pacíficas no país para protestar contra o declive da situação econômica e a repressão da junta militar no poder.

Em 8 de agosto desse mesmo ano, foi realizada uma greve geral com protestos nas ruas, dos quais participaram milhares de birmaneses, estudantes, operários, minorias étnicas e monges.

As Forças Armadas dispararam contra a multidão. Centenas de pessoas morreram, e milhares foram detidas.

Foi nesse movimento de protesto que Aung San Suu Kyi, que havia regressado da Grã-Bretanha porque sua mãe estava doente, tornou-se símbolo da luta contra os militares.

Aung San Suu Kyi, que agora dirige o Poder Executivo birmanês depois que seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (LND), venceu as eleições, ficou 15 anos em prisão domiciliar e recebeu o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação na dissidência.

"Não gosto do governo da LND, já que não tem capacidade de dirigir o país e não cumpriu suas promessas. Mas também não gosto dos militares. É por isso que vim apoiar os estudantes", declarou à AFP Cho Aye, de 71 anos, que participou das manifestações originais.

Poucos em Mianmar acreditam que possa haver uma mudança de governo nas próximas eleições legislativas de 2020.

Além das críticas internas, o governo birmanês também é cobrado em nível internacional.

Entre agosto e dezembro de 2017, mais de 700.000 membros da etnia rohingya tiveram de fugir após uma ofensiva do Exército birmanês contra essa minoria muçulmana em represália aos ataques dos rebeldes.

A ONU classificou essa ofensiva como uma limpeza étnica. A comunidade internacional também criticou a falta de ação de Suu Kyi no conflito.

Nesta quarta, as Nações Unidas pediram às autoridades birmanesas que respeitem o acordo de volta dos rohingyas e que autorizem suas agências a terem acesso às regiões originárias da minoria.

Assinado em 6 de junho, este acordo deveria servir para que a ONU ajudasse Yangun a criar as condições adequadas para um retorno seguro e voluntário dos muçulmanos para esta região, de onde, no ano passado, milhares de rohingyas foram expulsos.

Dois meses mais tarde, no entanto, faltam progressos substanciais, assinalam o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em uma nota.

O comunicado recorda que o governo birmanês ainda não deu uma resposta aos pedidos de autorização, feitos em meados de junho, para que o pessoal da ONU tenha acesso às regiões afetadas.

Aponta ainda que as autoridades locais dificultam a vida dos rohingyas, que sofrem restrições para trabalhar, ir à escola, ou ao médico.

Contactados pela AFP, os dirigentes do governo birmanês não quiseram comentar as críticas da ONU.


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