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Estado de Minas

Eleição especial em Ohio, teste de fogo para Trump e os republicanos


postado em 07/08/2018 19:00

A eleição especial desta terça-feira (7) em Ohio para uma vaga no Congresso dos Estados Unidos é um desafio para os republicanos e, especialmente, para o presidente Donald Trump, que tentam manter um distrito sob seu controle durante décadas.

Há muito em jogo a três meses das cruciais eleições de meio de mandato em novembro, quando a oposição democrata espera recuperar a Câmara de Representantes em Washington. Uma derrota republicana pode reforçar a impressão de que uma "onda azul" - como o Partido Democrata vem chamando - estaria por vir.

Hoje, o Partido Republicano controla a Câmara e o Senado. Em um momento de frustração crescente com Trump, inclusive em suas próprias fileiras, o próprio presidente vê com preocupação uma mudança de forças no Congresso. Uma mudança dessa natureza poderia impedi-lo de fazer sua agenda avançar e expô-lo aos esforços democratas para tirá-lo do cargo.

Nas últimas semanas, como fez no sábado à noite em Ohio, Trump participou de vários atos de campanha nas primárias estaduais, convocando seus correligionários a saírem de casa para votar.

A corrida em Ohio está entre dois candidatos: o senador estadual republicano Troy Balderson, e o advogado democrata Danny O'Connor, de apenas 31 anos. Em um estado considerado decisivo, no qual Trump venceu por oito pontos em 2016, a vantagem de dez pontos ostentada desde junho por Balderson evaporou.

"Ohio, vote hoje em Troy Balderson para o Congresso", tuitou Trump logo cedo, advertindo que O'Connor não tem uma posição firme sobre a criminalidade, sobre a fronteira, os militares e a Segunda Emenda (que protege o direito ao porte de armas) e que, além disso, acabará com o corte de impostos obtido pelos republicanos.

O vice-presidente Mike Pence e Donald Jr e Eric, filhos de Trump, também convocaram os eleitores a votar em Balderson.

Uma vitória de O'Connor para suceder a Pat Tiberi, que decidiu deixar sua vaga no Congresso em Washington, daria um importante impulso aos democratas em um endinheirado distrito no subúrbio que há décadas vota nos republicanos.

"Ter um empate técnico indica que os republicanos de todo país estão em apuros", disse à AFP o professor de Ciência Política David Cohen, da Universidade de Akron, que acompanha eleições por duas décadas.

"A 'onda azul' pode estar chegando" em novembro, apontou.

- Onda azul, ou vermelha? -

Analistas, como os do boletim especializado Cook Political Report, garantem que o desafio republicano de manter a maioria da Câmara baixa está-se tornando cada vez mais difícil. Os democratas precisam ter 23 cadeiras em nível nacional para recuperar o controle da Casa, com 435 assentos.

Na sexta-feira, o site de informação política RealClearPolitics mostrou uma sondagem genérica, segundo a qual os democratas venceriam em novembro por 6,1 pontos percentuais.

Os democratas já provaram sua força em vários distritos no último ano, ganhando importantes eleições especiais e chegando inesperadamente a derrubar os republicanos em outras.

Trump sabe que precisa ganhar hoje em Ohio, ainda que seja apenas para aplacar a sensação de pânico que assombra as eleições de novembro.

"Estão falando dessa onda azul. Não acredito nisso", afirmou Trump durante um comício em Ohio, no qual elogiou Balderson. "Acredito que possa ser uma onda vermelha", insistiu.

A votação foi encerrada em Ohio às 19H30 local e segundo as autoridades a participação foi significativa para uma eleição especial.

Além da eleição especial em Ohio, termômetro para os democratas, os Estados Unidos realizam nesta terça primárias em Kansas, Michigan, Missouri e no estado de Washington.

Em Kansas, Trump apoia um polêmico republicano, o procurador geral do estado, Kris Kobach, leal ao presidente e conhecido por sua duras posições em imigração. Kobach disputa a cadeira do governador, também nas mãos dos republicanos. Segundo tuíte de Trump, trata-se de um "homem fantástico".

Membros do partido pediram a Trump para não intervir na briga, advertindo que indicar uma figura tão polêmica quanto Kobach poderia ajudar os democratas. Observadores consideram que duas cadeiras de Kansas podem voltar para os democratas em novembro.


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