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Estado de Minas

Governo Trump é responsável por localizar pais deportados, diz juiz


postado em 04/08/2018 00:18

O juiz que ordenou a reunificação de famílias separadas na fronteira por uma política promovida pelo presidente Donald Trump disse que é responsabilidade do governo localizar os pais que foram deportados sem seus filhos para evitar "órfãos permanentes".

"A realidade é que ainda há cerca de 500 pais que não foram localizados, muitos dos quais foram retirados do país sem seu filho; tudo isso é resultado da política do governo de separar e depois de sua incapacidade e fracasso para rastrear e reunir", afirmou o magistrado Dana Sabraw, em uma audiência telefônica com as partes de seu gabinete em San Diego.

"A realidade é que por cada pai que não é localizado, haverá uma criança órfã permanente, e isso é 100% responsabilidade do governo", disse o juiz, citado por veículos de mídia.

Sabraw ordenou que o governo encarregasse uma pessoa para a operação de encontrar os pais deportados de 410 crianças que ainda estão no país, em um limbo.

"Esta será uma tarefa importante, e está claro que tem que haver uma pessoa encarregada", disse o juiz, que considerou "inaceitável" que até agora só foram localizados 13 pais.

"O juiz se recusa a deixar que o governo escape do desastre que causou", disse Lee Gelernt, o advogado da organização de direitos humanos ACLU que lidera a ação judicial contra o governo.

- Falta de informação -

O governo havia sugerido em seu relatório na quinta-feira que a ACLU deveria usar "sua rede de escritórios, ONGs e voluntários" para "estabelecer contato" com os deportados e determinar se querem se reunir com seus filhos.

Também sugeriu que a organização deveria proporcionar informação sobre as filiações a fim de buscar a melhor maneira de reunificá-los.

Os 13 pais foram localizados pela parte acusadora.

A ACLU indicou por sua vez que "deixou claro que farão tudo o que esteja a seu alcance para ajudar a localizar os pais deportados, mas insiste que é o governo que deve se encarregar da tarefa de fazer isso".

"Não foi somente esse governo que implantou essa prática inconstitucional de separação que levou à crise, mas o governo dos Estados Unidos tem mais recursos do que qualquer ONG", afirmou.

"A parte acusadora espera que o governo dê passos significativos para encontrar esses pais por sua conta".

A ACLU pediu mais informação para cooperar na tarefa, embora Gelernt tenha assegurado que o governo retém informação que pode ajudar a localizar os pais deportados.

"Cada dia que o governo se senta sobre esta informação é outro dia de sofrimento para essas famílias", disse.

- Balanço atualizado -

Em 26 de junho, Sabraw deu um mês de prazo para que o governo reunisse todas as crianças separadas de suas famílias.

O governo garante que cumpriu a reunificação dos chamados "elegíveis", ou seja, adultos que reuniam os requisitos para receber os filhos.

Em um balanço entregue à corte na quinta-feira foi informado que de 2.551 crianças de entre 5 e 17 anos identificadas, 1.979 foram liberadas das instalações do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR, na sigla em inglês).

Desse total, 1.535 foram reunidas com seus pais e as 444 restantes se dividem entre as que foram entregues a outro representante, completaram 18 anos ou já haviam sido reunidas previamente.

As crianças ainda em custódia do governo são 572. Os pais de 34 desses menores renunciaram à reunificação para que seus filhos não sejam deportados junto com eles; os de 410 foram deportados e os de 68 estão nos Estados Unidos sem serem localizados. Há ainda os filhos de pais "não elegíveis" por antecedentes criminais.


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