Os Estados Unidos desdenharam, nesta sexta-feira (3), da ameaça da China de impor novas tarifas a 60 bilhões de dólares de importações americanas, elevando o tom do confronto comercial entre as duas superpotências.
Depois que a China anunciou que planeja impor novas tarifas de retaliação a diversos produtos americanos, de carne a preservativos, a guerra verbal entre Washington e Pequim se intensificou ainda mais.
O principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, considerou a resposta de Pequim "fraca" e advertiu que "é melhor não subestimar" a determinação do presidente Donald Trump de "mudar as práticas de negócios",
A última investida de Pequim veio depois que o governo Trump elevou, nesta semana, seus planos de tarifas adicionais para produtos chineses a um valor de 200 bilhões de dólares.
"Acharia que os 60 bilhões são uma resposta fraca a nossos 200 (bilhões)", disse Kudlow à imprensa.
Mas ele foi ainda mais duro ao opinar sobre a economia chinesa. "A China ainda está com problemas neste momento: sua economia está péssima, os investidores estão saindo, a moeda está caindo", afirmou.
"Os investidores estrangeiros não querem estar na China. Hoje, soube que o mercado de ações do Japão vale mais que o da China, adorei isso", acrescentou.
O Japão é a terceira maior economia do mundo, depois de Estados Unidos e China.
Mais cedo, em entrevista à Bloomberg Television, o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, alertou Pequim para não minimizar as ameaças americanas.
"É melhor eles não subestimarem a determinação de (Donald) Trump de ir adiante", afirmou.
- Queda do iuane -
Washington e Pequim estão envolvidas em uma disputa comercial desde que os Estados Unidos acusaram a China de práticas desleais e de roubo de tecnologia.
A última rodada de tarifas americanas afetaria mais de 5 mil produtos, de carne bovina, aviões leves e componentes químicos, a têxteis, gás natural liquefeito e preservativos.
Pequim não pode retrucar completamente essas medidas, já que suas exportações excedem em muito as importações.
Mas analistas dizem que a China pode absorver o golpe com programas de estímulo fiscal, enquanto a recente desvalorização do iuane beneficia os exportadores chineses.
Trump recentemente acusou Pequim de "manipular sua moeda" a seu favor.
Mas essa rápida queda do iuane é uma faca de dois gumes, já que também é provável que acelere a saída de capital da China e gere pânico no sistema financeiro local.
O banco central chinês entrou em ação nesta sexta-feira para impedir que caia ainda mais.