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Estado de Minas

Atentado contra mesquita xiita deixa quase 30 mortos no Afeganistão


postado em 03/08/2018 11:48

Pelo menos 29 pessoas morreram, e 81 ficaram feridas, nesta sexta-feira (3), em um duplo atentado suicida contra uma mesquita xiita no leste do Afeganistão.

Disfarçados de mulheres, os agressores invadiram o templo que fica em Gardez, na província de Paktia, perto da fronteira paquistanesa, e abriram fogo contra os fiéis antes de detonarem seus explosivos, relataram as autoridades.

"Eram homens que usavam burcas para esconder os explosivos e as armas automáticas sob a roupa", informou à AFP o delegado da província de Paktia, general Raz Mohammad Mandozai.

"Havia dois suicidas. Primeiro, eles abriram fogo contra a multidão dentro da mesquita xiita, antes de detonar sua carga", afirmou o general.

"Contabilizamos 29 mortos e 81 feridos. Todas as vítimas são fiéis que estavam reunidos para a oração de sexta-feira", acrescentou o general Mandozai.

Não é a primeira vez que autores de atentados recorrem a burcas para concluir sua ação, aproveitando-se do fato de que as mulheres raramente são revistadas.

O novo balanço foi confirmado por Abdullah Hasrat, porta-voz do governo na província de Paktia, da qual Gardez é a capital.

Segundo ele, o atentado aconteceu no início da oração, pouco depois das 13h30 (6h, horário de Brasília). O porta-voz confirmou a dupla explosão.

Vizinho do imóvel atacado, Sayed Naimatullah, de 30 anos, contou à AFP que seguiu para o local da tragédia logo após o atentado e viu "fiéis mortos e feridos espalhados pela mesquita".

"Nunca havia sido testemunha de uma explosão dessas", acrescentou ele, que vive em uma província muito instável, que já registrou inúmeros atentados na última década.

- Desmentido dos talibãs -

As operações de socorro e de retirada dos escombros continuam. O entorno da mesquita foi totalmente cercado pela polícia.

O atentado ainda não foi reivindicado, mas, por meio de seu porta-voz, Zabihullah Mujahid, os talibãs rapidamente disseram "não ter nada a ver" com o massacre, apontando, mais uma vez, de forma implícita, para o grupo Estado Islâmico.

Há dois anos a minoria xiita do Afeganistão tem sido alvo de ataques atribuídos aos extremistas do EI.

Em julho, os talibãs anunciaram que não farão mais operações na zona urbana, se houver o risco de atingir civis.

Enquanto isso, o EI multiplica seus ataques. Seus combatentes registraram pesadas perdas na frente militar, confrontados com ofensivas dos talibãs no norte, assim como dos Exércitos afegão e americano no norte e na província de Nangarhar, ao leste.

Mais de 150 membros do EI se entregaram às forças afegãs no início da semana na província de Jawzjan, no norte do país.

A província montanhosa de Paktia, de maioria pashtun e tribal, é um território de difícil acesso. Fica na fronteira com zonas tribais do Paquistão, de onde vêm e vão talibãs e membros da rede Haqqani.


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