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Estado de Minas

Medalha Fields de matemático curdo-iraniano é furtada no Riocentro


postado em 01/08/2018 18:24

O curdo-iraniano Caucher Birkar, refugiado no Reino Unido, foi nesta quarta-feira um dos quatro premiados com a Medalha Fields de Matemática, mas esta foi roubada logo depois no próprio RioCentro, onde a cerimônia foi realizada.

Os outros três premiados foram o italiano Alessio Figalli, o alemão Peter Scholze e o indiano Akshay Venkatesh.

Birkar, de 40 anos, professor em Cambridge, foi premiado por sua contribuição ao estudo do plano de Fano, usado em geometria projetiva.

Após o anúncio, expressou seu desejo de que o prêmio, considerado o Nobel da matemática, coloque "um sorriso no rosto de 40 milhões de pessoas", em referência ao povo curdo.

"O Curdistão era um lugar pouco provável para que uma criança desenvolvesse seu interesse pela matemática", afirmou.

"Passar de sequer imaginar conhecer estas pessoas [que ganharam a medalha] a eu mesmo ganhar uma (...), simplesmente não podia imaginar que isso fosse se tornar realidade", declarou à revista Quanta.

Pouco depois, sua medalha foi furtada, quando ele ainda estava nas instalações do RioCentro, o centro de convenções onde o Congresso Internacional dos Matemáticos (ICM) deu início a sua reunião quatrienal, a primeira na América Latina.

A organização do ICM "lamenta profundamente o desaparecimento da pasta do matemático Caucher Bilkar, que continha em seu interior a Medalha Fields recebida na cerimônia realizada esta manhã", indicou um comunicado dos organizadores.

"As imagens registradas durante o evento estão sendo analisadas. Os organizadores colaboram com as autoridades policiais na investigação do caso", acrescenta o texto.

A Fields é uma medalha de ouro 14 quilates e tem 63,5 milímetros de diâmetro, avaliada em 5.500 dólares canadenses (cerca de 15.850 reais) pelos organizadores. O ICM concede entre duas e quatro medalhas em seus congressos, realizados a cada quatro anos.

O prêmio é reservado a matemáticos com menos de 40 anos. Os vencedores são recompensados com 15.000 dólares canadenses, cerca de 43.000 reais.

- Do futebol à matemática -

O italiano Figalli, de 34 anos, professor na Escola Técnica Federal (ETH) de Zurique (Suíça), foi premiado por trabalhos que permitiram avanços na "teoria do transporte ótimo e suas aplicações nas equações diferenciais e na geometria métrica".

Mas nada parecia predestinar Figalli às abstrações numéricas, porque "até a escola secundária, sua única preocupação era jogar futebol", destacou o ICM.

As equações podem dar "trabalho para os próximos 30 ou 40 anos. Mas há um problema que espero resolver em breve: viver na mesma cidade que minha mulher", brincou o pesquisador.

O alemão Scholze, de 30 anos, foi premiado por suas pesquisas sobre aritmética e geometria algébrica. Mas o jovem matemático considera que sempre haverá problemas para resolver.

"Há um número infinito de problemas", disse Scholze, da Universidade de Bonn. "Quando conseguimos resolver um, dez novos surgem".

O quarto medalhista, Akshay Venkatesh, de 36 anos, nascido em Nova Délhi, é um prodígio que começou a faculdade de matemática e física na Universidade da Austrália Ocidental quando tinha apenas 13 anos.

Venkatesh foi recompensado por suas contribuições à teoria dos números, e atualmente realiza suas pesquisas na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

"Muitas vezes, quando você faz matemática, fica preso. Mas você se sente privilegiado por trabalhar com isso: você tem um sentimento de transcendência e sente que é parte de algo realmente significativo", disse Venkatesh.


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