A Comissão Europeia destinará dezenas de milhões de euros à Espanha para ajudar a fazer frente à chegada de migrantes provenientes da costa do Marrocos, informou um porta-voz à AFP.
"Trabalhamos para liberar esses recursos o mais rápido possível", declarou a porta-voz adjunta da Comissão, Mina Andreeva. "Mas ainda não temos uma quantia a informar", destacou.
O governo espanhol, chefiado pelo socialista Pedro Sánchez, solicitou no domingo uma ajuda de 30 milhões de euros ao Fundo de Asilo, Migração e Integração (FAMI) da União Europeia (UE) e estes recursos serão liberados nos próximos dias, indicou a fonte.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, conversou com Sánchez e assegurou-lhe seu pleno apoio e a prioridade acordada às suas solicitações, informou a porta-voz durante o encontro diário com a imprensa.
Juncker também solicitou ao comissário para as Migrações, Dimitris Avramopoulos, que se transfira "nos próximos dias" para a Espanha.
O FAMI (Fundo Asilo Migração Integração) dispõe atualmente de centenas de milhões de euros.
A Grécia se beneficiou nesta quarta-feira de um financiamento de 31,1 milhões de euros enviados pelo FAMI. Atenas tinha solicitado esse dinheiro há um mês para ajudar a administrar as chegadas na fronteira com a Turquia.
A situação de urgência na Espanha, que desde janeiro registrou a chegada de 20.000 migrantes, impôs que a Comissão desse uma resposta mais rápida do que a Grécia, explicou a fonte. Mais de 1.500 pessoas chegaram desde a sexta-feira à região de Cádiz (Andaluzia, sul da Espanha) e a frequência das chegadas pode superar a capacidade dos serviços espanhóis para registrá-los.
País de primeira linha de entrada, a Espanha deve tratar das solicitações de asilo em conformidade com as disposições europeias.
Uma ação maior também é necessária para ajudar o Marrocos, país de trânsito e origem para a costa da Espanha, a controlar melhor suas fronteiras.
Embora a Comissão também preveja esta assistência ao Marrocos, vários países ainda não entregaram a contribuição prometida ao Fundo de Ajuda de Urgência para a África, pelo que seus recursos são limitados, explicou Juncker a Sánchez em carta datada de 26 de julho, da qual a AFP obteve uma cópia.
Está previsto um montante de 55 milhões de euros, sobretudo para reforçar a capacidade de intervenção dos serviços de guarda costeira marroquinos e tunisianos, explicou a Comissão.
"A ajuda ao Marrocos também é uma prioridade. A Comissão é consciente de que o Marrocos precisa de um apoio mais importante", destacou a porta-voz nesta quarta-feira.
A mesma recusou-se a nomear os Estados-membros que não pagaram integralmente os recursos prometidos de ajuda para a África, mas segundo um cômputo dos pagamentos realizados em 23 de julho, Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Itália e Holanda não respeitaram seus compromissos.