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Estado de Minas

Nicaraguenses pedem paz em festa do padroeiro da capital


postado em 01/08/2018 15:54

Milhares de pessoas desfilaram e dançaram, nesta quarta-feira (1), numa enorme procissão por Santo Domingo de Guzmán, padroeiro de Manágua, a quem imploraram por paz na Nicarágua, que atravessa uma crise política que deixou mais de 300 mortos desde meados de abril.

Os fiéis iniciaram a procissão nas primeiras horas do dia no entorno da pequena imagem do santo, visível apenas em um altar carregado nos ombros por seguidores, que vão dançando ao som de música tradicional.

"Damos graças infinitas a Deus porque Santo Domingo vai para Manágua, assim, queremos os nicaraguenses que o senhor nos dê paz", comentou na procissão Jeanneth Sánchez, de 55 anos.

Uma jovem que não se identificou disse que acordou de madrugada para acompanhar o santo Dominguito, "rezando pela paz na Nicarágua, mais que qualquer coisa".

Os nicaraguenses rezam à imagem do santo, de cerca de 20 cm de altura, a quem pedem favores e milagres, muitas vezes ligados à saúde.

A cada 1 de agosto, a imagem do santo é levada em procissão do Santuário Las Sierritas, ao sul da capital, até uma igreja ao norte de Manágua, onde permanece por dez dias.

Mas a crise política que atinge a Nicarágua provocou mudanças na festividade, após os enfrentamentos das autoridades com a Igreja, quando forças paramilitares agrediram sacerdotes e invadiram templos à força para retirar manifestantes opositores que entraram para procurar refúgio.

"Convidamos a nos unirmos em oração por nossa nação e especialmente pelas vítimas e suas famílias dessa crise que estamos vivendo", disse em um comunicado o padre Boanerges Carballo, da paróquia de Las Sierras.

A procissão deste ano não contou com a tradicional proteção policial, despertando com isso temores de que houvesse tumultos e confusões. Mas isso não impediu a população de se unir para agradecer ao santo pelas graças recebidas.

"Nossa família sempre veio aqui pela tradição, é uma promessa que temos pela minha irmãzinha. Ela tinha um problema de saúde e graças a santo Dominguito e a Deus nos ajudaram a curá-la", disse Lucía Galán na procissão.

A festa deste ano foi marcada pela tensão vivida na Nicarágua desde 18 de abril, quando estudantes tomaram as ruas para protestas por uma reforma da previdência social.

A violenta repressão das manifestações acabou provocando um clamor nacional pela saída do presidente Daniel Ortega.

Desde então, a violência já deixou mais de 300 mortos, segundo organismos de direitos humanos, embora o presidente afirme que o número de mortos nos protestos é 195.


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