O fornecimento de energia está sendo restabelecido em Caracas, nesta terça-feira (31), após um apagão de cerca de três horas atingir 80% da cidade, informou o governo.
"Já se recuperou 90% do serviço em Caracas, continuamos trabalhando para recuperar 100%. Foram relatadas fortes chuvas no estado onde está a origem da falha", anunciou pelo Twitter o ministro da Energia Elétrica, Luis Motta.
O fornecimento, contudo, era intermitente em grandes regiões da zona leste da cidade.
O corte atingiu, segundo o ministro, 80% da capital venezuelana. A falha se originou na subestação de Santa Teresa, no estado de Miranda e Vargas, no norte do país, além do aeroporto de Maiquetía, que atende à capital, durante uma hora.
"Ficamos parados na Imigração por cerca de uma hora. Não tinha sinal de telefone, ou Internet", disse à AFP Estefanía Freire, que esperava para embarcar em um voo internacional em Maiquetía.
Pelo Twitter, o aeroporto garantiu que as operações aéreas se mantiveram.
O apagão provocou engarrafamentos, devido ao mau funcionamento de semáforos. O metrô de Caracas, que transporta cerca de 2 milhões de pessoas por dia, também parou, além dos serviços intermitentes de telefonia celular e Internet.
As ruas ficaram lotadas de pessoas tentando chegar ao trabalho a pé, e os poucos ônibus circulavam lotados - pois 90% da frota está inativa devido à falta de peças de reposição, de acordo com o sindicato dos motoristas.
"O metrô está um caos, olha como as pessoas estão caminhando na rua, desesperadas.
Esses cortes no fornecimento de energia elétrica são frequentes na Venezuela, sobretudo, no interior. Em vários estados do oeste, como o petroleiro Zulia, aplica-se um racionamento diário que chega a durar 12 horas.
O governo atribui os apagões a "sabotagens" de seus adversários para criar descontentamento popular, enquanto a oposição os vincula à deterioração da infraestrutura, devido à falta de investimento, imperícia e corrupção.
Em Caracas, que tem 6 milhões de habitantes, os apagões são menos frequentes, mas, entre dezembro e fevereiro passado, foram registrados alguns que se prolongaram por três a cinco horas.
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