Jornal Estado de Minas

Choro de bebê resgatado das águas retrata catástrofe no Laos

As imagens do choro de um bebê resgatado das águas torrenciais liberadas pela ruptura de uma represa na segunda-feira nos Laos simbolizaram nesta sexta-feira (27) as vítimas de uma catástrofe que deixou ao menos 27 mortos e 130 desaparecidos.

O vídeo foi feito pelos socorristas tailandeses que resgataram a criança, que passou vários dias sem comer agarrado a sua mãe em cima de uma árvore cercada por água e barro.

Depois de serem difundidas pela cadeia local ABC, estas imagens circularam pelo Facebook, onde foram compartilhadas por milhares de usuários.

"Obrigada do fundo do coração à Tailândia por sua ajuda", afirma o comentário sob o vídeo.

Nestas imagens, aparece a equipe de socorristas tailandeses que inspecionavam a zona em torno da aldeia de Xaydonkhong, onde desapareceram 15 pessoas.

Os socorristas desceram do barco, e um deles avança pela água até a árvore e, com extremo cuidado, resgatam o bebê que chora e sua mãe.

"Finalmente, conseguiram encontrar as 14 pessoas, entre as quais havia quatro homens, seis mulheres (uma delas grávida) e quatro crianças", informaram os socorristas tailandeses em um comunicado.

"Estavam cansados e famintos depois de quatro dias sem comer", acrescentaram.

Além de dar comida, retiraram os resgatados de barco e os deixaram com militares laosianos para serem transferidos para um hospital.

"Todos se encontravam em uma cabana no alto de uma colina onde cultivavam o terreno. Mas a água subiu tão depressa que não tiveram tempo de pensar, e começaram a correr", contou à AFP o socorrista tailandês Kengkard Bongkawong.

"Encontramos três famílias, que conseguiram comer brotos de bambu. Mas não tinham comida suficiente para todos e estavam famintos", acrescentou Bongkawong.

"A criança chorava e estava apavorada. Todos tinham medo da água. Quando começou a chover, entraram em pânico", completou.

Com mais essa história emocionante, os habitantes da localidade intensificaram suas acusações contra as autoridades por tentar minimizar o balanço de 27 mortos, quatro dias depois do início das tarefas de busca e resgate de 130 desaparecidos.

A ruptura da represa hidroelétrica na segunda fez milhões de toneladas de água inundarem a região do sul do Laos, chegando até mesmo ao vizinho Camboja.

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