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Estado de Minas

OEA pede à Nicarágua que acerte calendário eleitoral com oposição


postado em 18/07/2018 21:06

A Organização dos Estados Americanos exortou nesta quarta-feira o governo da Nicarágua a dialogar com a oposição para acertar a antecipação das eleições, após três meses de protestos contra o presidente Daniel Ortega, que já deixaram mais de 280 mortos.

Em resolução aprovada por 21 de seus 34 membros ativos, a OEA também reafirmou sua "enérgica condenação" a "todos os atos de violência, repressão, violações dos direitos humanos e abusos, incluindo aqueles cometidos pela polícia, grupos paramilitares e outros atores contra o povo...".

A OEA condenou em sua Assembleia Geral, em junho passado, a violência que sacode a Nicarágua desde 18 de abril, mas sem responsabilizar o governo de Ortega pela repressão.

A resolução desta quarta-feira foi patrocinada por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e Estados Unidos; e aprovada durante sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, realizada na sede de Washington.

A iniciativa urge a todas as partes a retomar o diálogo para "gerar soluções pacíficas" na Nicarágua e exorta o governo Ortega a "apoiar um calendário eleitoral acordado conjuntamente no contexto do processo de Diálogo Nacional".

Para superar a crise, a Igreja Católica propôs a antecipação das eleições de 2021 para 2019, o que é rejeitado por Ortega, um ex-guerrilheiro sandinista de 72 anos que governa desde 2007, pelo terceiro mandato consecutivo, após ocupar o poder entre 1979 e 1990.

"Ignoramos a resolução aprovada e a rejeitamos categoricamente", reagiu o chanceler nicaraguense, Denis Moncada, presente na sessão, após denunciar os ataques "terroristas" que a Nicarágua enfrenta.

"Não houve consenso, houve imposição. Ficou provada a política de ingerência do departamento americano de Estado".

Uma resolução para a "Restituição da paz na Nicarágua", apresentada por Moncada, recebeu apenas três votos a favor: Venezuela, São Vicente e Granadinas e Nicarágua. Vinte países se opuseram e oito se abstiveram.

O texto condenava as ações de "grupos terroristas" na Nicarágua e pedia à comunidade internacional respeito à "autodeterminação" do país "para restabelecer a paz e a segurança".

A sessão do Conselho Permanente foi marcada pela exibição de dois vídeos.

O primeiro, apresentado por Moncada e intitulado "Nicarágua: Golpe terrorista, noites de torturas", mostrou imagens de supostos partidários do governo e policiais mortos ou torturados, assim como padres supostamente apoiando a violência contra a população.

O segundo vídeo, apresentado pela delegação dos Estados Unidos, mostrou imagens da repressão oficial aos protestos, incluindo casas queimadas e corpos assassinados atribuídos a ação de paramilitares.


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